No ano de 2025, a administração de Donald Trump gerou polêmica ao utilizar músicas de artistas sem autorização em vídeos ligados à propaganda anti-imigração e operações do ICE. A prática provocou rápida reação de nomes como Jess Glynne, Joey Valence & Brae, Kenny Loggins, MGMT, Olivia Rodrigo, Sabrina Carpenter, Semisonic, SZA e outros, que denunciaram o uso indevido de seus conteúdos, considerados violações de direitos autorais e de ética.
Repercussões de artistas às ações do governo em 2025
Músicas utilizadas sem permissão
No dia 30 de julho, um vídeo da Casa Branca compartilhado na rede social X (antigo Twitter) usou a música “Hold My Hand”, de Jess Glynne, para promover uma propaganda de deportação, com a legenda ironizando uma viagem de férias como uma “deportação”. A cantora reagiu, via Instagram, condenando a utilização: “Minha música é sobre amor, união e positividade”, afirmou.
Outro caso ocorreu em 3 de dezembro, quando o Departamento de Segurança Interna divulgou um vídeo de recrutamento do ICE usando a faixa “Punk Tactics”, de Joey Valence & Brae. O artista confirmou o uso não autorizado e afirmou estar tomando providências para remover a música, além de condenar a associação com a campanha.
Reações de artistas famosos
No mesmo mês, Kenny Loggins pediu publicamente ao então presidente Trump que removesse o áudio de sua performance de “Danger Zone”. Em resposta, a conta oficial da Casa Branca publicou um vídeo gerado por inteligência artificial com Trump em um jato, lançando resíduos que representam a narrativa de ódio. Loggins declarou que o uso da sua música foi indevido, reforçando a mensagem de união e repúdio às divisões.
MGMT também se posicionou após seu hit “Little Dark Age” ser usado em um vídeo de recrutamento do Departamento de Segurança Interna, em 23 de outubro. A banda afirmou, em nota nas redes sociais, que a música foi usada sem autorização e solicitou o imediata retirada do conteúdo.
Mais uso de músicas e reações
Em novembro, Olivia Rodrigo publicou que seu sucesso “All American Bitch” foi usado em um vídeo de detenção e deportação do ICE, com legenda provocativa. Ela criticou a propaganda, dizendo: “Nunca use minha música para promover propaganda racista e odiosa.”
No início de dezembro, Sabrina Carpenter reagiu a um vídeo que mostrava agentes do ICE com sua canção “Juno”, chamando a ação de “perversa e repulsiva”, e recebeu uma resposta brutal da porta-voz do governo, que usou a própria música da artista para defender ações de deportação, atacando a artista de forma agressiva.
Outras artistas e instituições também denunciaram a violação
O grupo Semisonic repudiou o uso de “Closing Time” em um vídeo do governo em 17 de março, destacando que a autorização foi ilegal e que a canção representa esperança e possibilidades, não violência. A banda afirmou estar tomando providências legais.
Em dezembro, tanto SZA quanto Keke Palmer tiveram suas músicas remixadas em vídeos do governo, tratadores de imigração e detenção, o que gerou protestos públicos. SZA considerou a estratégia de provocação para gerar respostas, chamando a atitude de “tática de choque e desumanização.”
Reações institucionais e questionamentos sobre ética
Além das denúncias, o governo chegou a criar conteúdos fictícios, como uma capa de livro do Franklin, o Tartaruga, transformada em juiz de deportação, gerando condenação de editoras e defensores de valores de inclusão e empatia. Especialistas e artistas criticaram duramente a prática de apropriação indevida de conteúdo cultural para fins políticos.
A onda de reações destacou o descontentamento de artistas e da sociedade civil com o uso de músicas para promover agendas controversas, levantando debates sobre direitos autorais, ética na comunicação governamental e limites da cultura na política.
Impacto e reflexão
As ações do governo Trump em 2025 reacenderam o debate sobre o uso de conteúdo artístico em contextos políticos e a necessidade de respeito à propriedade intelectual. Artistas continuam vigilantes e dispostos a se posicionar contra o uso não autorizado de suas obras, defendendo a integridade de suas mensagens e valores.
Enquanto isso, a discussão sobre ética governamental no uso de cultura popular permanece, estimulando a sociedade a refletir sobre limites e responsabilidades na comunicação pública.


