A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2024, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quarta-feira, revelou que o Brasil atingiu 57.132.156 vínculos ativos no mercado de trabalho formal em 31 de dezembro. O resultado representa uma expansão de 3,3% em relação ao final de 2023, com a criação líquida de 1.815.542 postos de trabalho, alinhada às estimativas de crescimento da economia brasileira no período.
Distribuição dos vínculos e crescimento regional
Do total de empregos registrados em 2024, 68,3% estavam concentrados no setor privado, totalizando 39.040.065 vínculos. O setor público respondeu por 21,8% (12.445.542 vínculos) e as organizações sem fins lucrativos, por 6,8% (3.862.126 vínculos). A expansão foi observada em todas as regiões, com destaque para o Centro-Oeste (+5,5%) e Sudeste (+3,5%).
Setores e perfil dos trabalhadores
O setor de Serviços liderou o crescimento do emprego formal, com acréscimo de 1.199.196 vínculos (+3,7%), seguido pela Indústria (+3,5%), Construção Civil (+2,9%), Comércio (+2,2%) e Agropecuária (+0,7%).
Perfil por idade, escolaridade e raça
Em relação ao perfil dos trabalhadores, a maior expansão ocorreu entre as mulheres, com aumento de 4,3% (+1.059.275 vínculos), enquanto entre os homens o crescimento foi de 2,5% (+756.267). Jovens de até 29 anos representaram 26,7% do total, com 15.264.687 empregos formais.
Houve avanço também na faixa de 40 a 49 anos, com abertura de 501.116 vínculos, seguida pelos grupos de 50 a 59 anos (+477.278) e de 60 a 64 anos (+214.371). No aspecto educacional, aumentaram os vínculos entre trabalhadores com ensino médio completo (+4,1%), superior completo (+4,0%) e médio incompleto (+3,2%). Por outro lado, houve redução entre quem possui até o ensino fundamental incompleto (-1,2%) e fundamental completo (-0,4%).
Desigualdade racial e crescimento de vínculos estrangeiros
Na sua composição racial ou de cor, os maiores aumentos ocorreram entre pardos (+13,4%), brancos (+5,6%) e pretos (+15,2%). Os dados também indicam crescimento relevante entre indígenas, com alta de 11,5%. Quanto aos trabalhadores estrangeiros, destacam-se os venezuelanos (+37,0%) com 46.130 vínculos, além de cubanos (+74,6%) e argentinos (+32,9%).
Remuneração, desigualdade salarial e panorama futuro
Em 2024, a remuneração média do trabalho formal foi de R$ 4.290,24, aumento de 1,3% em relação a 2023. Homens receberam em média R$ 4.533,00, enquanto as mulheres tiveram salário de R$ 3.992,27, um diferencial de 11,9%. O Distrito Federal apresentou a maior média salarial (R$ 7.159,55), enquanto estados como Ceará, Alagoas e Paraíba tiveram os valores mais baixos.
O Índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda, atingiu 0,4503 em 2024, indicando leve aumento em relação ao ano anterior (0,4490). Entre os sexos, o índice foi de 0,4561 para homens e 0,4402 para mulheres. Segundo especialistas, o crescimento do emprego formal reflete uma trajetória de recuperação econômica, ainda que com desafios na redução da desigualdade salarial.
Para conferir os detalhes completos da Rais de 2024, acesse o relatório oficial do Ministério do Trabalho e Emprego.


