O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como inflação do aluguel, registrou uma queda de 0,01% em dezembro de 2025, a menor variação para o mês desde 2018, encerrando o ano com uma redução de 1,05%. O dado foi divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), representando uma reversão da alta de 6,54% observada em dezembro de 2024.
O que significa a deflação do IGP-M para o mercado de locação
Segundo Rafael Thomé, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), a deflação em 2025 não indica uma depreciação real dos aluguéis. “A locação está muito aquecida, com uma valorização de 8,05% no metro quadrado na cidade do Rio de Janeiro nos últimos 12 meses, segundo o Secovi Rio”, explica. Ainda assim, a situação exige diálogo e negociação entre proprietários e inquilinos, considerando que os preços de mercado continuam em alta.
Contratos de locação e a flexibilidade do índice
Thomé destaca que, tecnicamente, o inquilino pode solicitar a revogação do reajuste, caso o contrato permita, embora a legislação proíba a redução do valor nominal. “Os valores vêm crescendo impulsionados por juros elevados, maior dificuldade de acesso ao crédito imobiliário, aumento na demanda por moradia e redução na oferta, inclusive por imóveis migrados para locação por temporada”, afirma.
O especialista reforça a importância do bom senso na relação entre as partes. “O uso rígido do índice sem considerar o cenário de mercado pode gerar desequilíbrios e até a ruptura do contrato, o que não interessa nem ao proprietário nem ao inquilino”, argumenta Thomé.
Indicadores de inflação e o papel do IPCA
André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, explica que, apesar de o IGP-M ser considerado o indicador de referência para os preços de aluguel, ele vem sendo substituído, principalmente, pelo IPCA, desde a pandemia. “O IGP-M sofreu picos devido ao aumento de preços de commodities e problemas nas cadeias produtivas globais, mas atualmente o IPCA é mais utilizado por refletir melhor a inflação do consumidor”, esclarece Braz.
Perspectivas para o mercado de locação
Ele também aponta que, em geral, quando o índice de preços fica negativo, os contratos permanecem de forma estável, sem redução automática dos valores. “Normalmente, há um acordo entre as partes, levando em consideração que o contrato deve ser cumprido”, conclui o economista.
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