Brasil, 19 de abril de 2025
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Maior lago subterrâneo do mundo é descoberto e impressiona cientistas

A localização de um lago aquecido e oculto na Albânia abre novas possibilidades para a pesquisa científica.
Foto: Divulgação/ Neuron Foundation

A revelação colossal do maior lago subterrâneo do mundo, aquecido e escondido em um abismo, cercado por cavernas ainda não exploradas, parece uma narrativa de ficção científica, mas é uma realidade. Pesquisadores da República Tcheca identificaram o maior lago de água quente já registrado, localizado na Albânia, no sudeste europeu. Denominado “lago Neuron”, suas dimensões impressionantes destacam a riqueza dos ecossistemas e a complexidade dos processos geológicos da área.

A descoberta impressionante

Embora a identificação do lago tenha ocorrido em 2021, a equipe de cientistas não dispunha de ferramentas adequadas para medir suas dimensões com precisão na época. Durante uma exploração preliminar, eles elaboraram um mapa básico com os recursos disponíveis e logo perceberam que haviam encontrado algo extraordinário. Richard Bouda, fotógrafo e membro da expedição, compartilhou: “Durante nossa exploração inicial, criamos um mapa básico com nosso equipamento e imediatamente percebemos que havíamos descoberto algo notável”.

Em 2024, com o suporte da Fundação Neuron, foi possível realizar a medição completa do lago, que possui 8.335 metros cúbicos de água, equivalente a cerca de 3,5 piscinas olímpicas. Com 138 metros de comprimento e 42 metros de largura, o lago Neuron impressiona por suas características singulares.

Processo de medição do lago

No início, a equipe tentou medir o lago utilizando um medidor a laser convencional, mas a distância superior a 100 metros do dispositivo resultou em medições imprecisas. Assim, decidiram empregar drones e a tecnologia LIDAR, que se mostraram mais eficazes para mapear a área ao redor do lago. A descoberta ocorreu quando os pesquisadores notaram uma coluna de vapor emergindo de uma cadeia montanhosa. Após investigação, encontraram um abismo com mais de cem metros de profundidade, que levava a um complexo sistema de cavernas com águas termais.

Relevância científica

A descoberta do lago Neuron é de grande importância, pois pode ter um impacto significativo na compreensão dos ecossistemas subterrâneos e dos processos geológicos. O especialista em espeleologia Marek Audy enfatizou: “É algo que pode ter um impacto enorme na compreensão dos ecossistemas subterrâneos e dos processos geológicos”. Em entrevista ao National Geographic CZ, Audy afirmou que o grupo planeja retornar ao local no futuro para aprofundar o conhecimento sobre a geologia e a biologia da região.

Contexto geográfico e político da Albânia

O lago está situado no sul da Albânia, próximo à fronteira com a Grécia, em uma área marcada por conflitos políticos históricos que se estendem por mais de um século. Essas tensões limitam consideravelmente o trabalho de cientistas e exploradores na região. A divisa entre a Albânia e a Grécia abrange aproximadamente 282 km, atravessando diversas regiões montanhosas e vales, tornando-se um ponto estratégico de conexão entre os Bálcãs e o Mediterrâneo.

Um dos pontos de travessia mais movimentados é Kakavia, que liga Ioannina (Grécia) a Gjirokastër (Albânia). A história da região é marcada por disputas territoriais ocorridas durante as Guerras dos Bálcãs e a Primeira Guerra Mundial, além de eventos significativos da Segunda Guerra Mundial, quando a Albânia, ocupada pela Itália, serviu como base para a invasão da Grécia.

Desde a década de 1990, com a queda do comunismo na Albânia, muitos albaneses migraram para a Grécia em busca de melhores oportunidades. Atualmente, a Grécia é um dos principais parceiros econômicos da Albânia, com ambos os países sendo membros da OTAN e colaborando em diversas áreas, apesar da história de conflitos que ainda ressoa na região.

A descoberta do lago Neuron representa um marco na exploração científica e abre novas possibilidades para pesquisas sobre o ecossistema subterrâneo. Cientistas esperam que essa nova descoberta contribua para o entendimento dos processos geológicos e da biodiversidade oculta sob a superfície, trazendo à tona o patrimônio natural e histórico da Albânia e da região dos Bálcãs.

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