Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Países precisam criar planos de resposta a emergências de IA, aponta especialista

Um especialista em direito e tecnologia da Universidade Nacional de Cingapura afirma que o mundo ainda não possui estratégias eficazes para lidar com uma emergência causada por falhas ou uso indevido de inteligência artificial. Segundo Jon Truby, é essencial que governos desenvolvam planos de resposta antes que uma crise de IA aconteça, semelhante às ações coordenadas em desastres naturais ou incidentes nucleares.

Desafios na gestão de uma crise de IA

Truby explica que os sinais iniciais de uma emergência envolvendo IA provavelmente parecerão falhas técnicas comuns, como interrupções na internet ou falhas em pagamentos eletrônicos. Apenas posteriormente se perceberia o envolvimento da inteligência artificial na crise. O grande problema, de acordo com ele, é a ausência de planos específicos para gerenciar o impacto social e político de tais situações, que podem gerar pânico e comprometer relações diplomáticas.

Instrumentos internacionais já existentes

O especialista destaca que organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, têm protocolos para declarar emergências globais, e tratados de segurança nuclear e cibersegurança possuem procedimentos de notificação rápida. Essas experiências mostram que ações coordenadas, com critérios previamente estabelecidos, podem evitar a piora de crises.

Elementos essenciais para um plano de emergência de IA

Truby sugere que, para uma resposta eficaz, os países devem definir uma “emergência de IA” como um evento extraordinário que possa causar danos transfronteiriços severos, mesmo sem comprovação definitiva da causa. Além disso, é necessário criar um roteiro de ações, incluindo identificação de gatilhos, nomeação de um coordenador global, sistemas interoperáveis de comunicação e protocolos de crise usando métodos analógicos, como rádios. Medidas de contenção, como desaceleração de serviços de alto risco ou controle manual de infraestruturas críticas, também são fundamentais.

O papel da ONU na coordenação internacional

Para o especialista, o órgão mais adequado para liderar esses esforços é as Nações Unidas, que poderia estabelecer regras e mecanismos para uma resposta rápida e coordenada globalmente. Ele reforça que não é necessário criar novas instituições, mas utilizar e adaptar regras já existentes ao contexto da inteligência artificial.

Recentemente, debates sobre regulamentação de IA têm ganhado força em diferentes regiões, incluindo o Pacote de regulamentação da União Europeia, que busca estabelecer diretrizes claras para o setor.

O desenvolvimento de planos de resposta para uma possível crise de IA é uma questão urgente, afirma Truby, que reforça a importância de ações preventivas coordenadas internacionalmente.

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