Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Aquecimento global pode reduzir até 50% vazões de rios na Amazônia

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) lançaram o estudo “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil”, que aponta uma redução significativa nas vazões dos rios do país até 2040. A região amazônica será a mais afetada, podendo perder até 50% da vazão média, conforme os dados.

Impactos nas regiões Norte, Nordeste e as hidrelétricas

Segundo o estudo, as regiões Norte, Nordeste e a região amazônica terão as maiores perdas, com redução de até 50%, enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste poderão registrar quedas de até 10%. O aumento da temperatura, alterações no regime de chuvas e maior evapotranspiração, causada pelo calor, são apontados como principais fatores que reduzem a vazão dos rios.

Especialistas alertam que a vazão influencia diretamente a geração de energia em hidrelétricas, que representam 43,7% da capacidade instalada do Brasil, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). “Impactos nesse setor podem comprometer projetos atuais e futuros, caso as projeções climáticas não sejam consideradas”, alerta o estudo.

Prejuízos potenciais para a segurança hídrica e elétrica do país

O levantamento indica que mudanças climáticas podem afetar até 90% da potência instalada e planejada das hidrelétricas brasileiras, com redução nas vazões médias dos rios. Como grande parte da energia do Brasil é produzida por usinas hidrelétricas, esses impactos representam uma ameaça à segurança energética e alimentar do país, que lidera a produção de alimentos no mundo.

Impactos na Amazônia e demais regiões

Na região Norte, as impactos são mais intensos, especialmente nas bacias dos rios Xingu, Juruá, Purus e Tapajós, afluentes do Rio Amazonas. O estudo aponta que a precipitação pode diminuir de 10% a 15%, enquanto a vazão média desses rios pode reduzir até 50%. As usinas de Belo Monte, na maior bacia, podem ser diretamente afetadas por essas mudanças.

Além da geração de energia, a mudança no regime de chuvas irá alterar a agricultura, que atualmente depende em 90% de irrigação por pivôs. Impactos serão sentidos também nos cultivos de arroz e no cultivo de sequeiro, com possíveis aumentos de até dois meses na duração de períodos de escassez hídrica.

Consequências futuras e a necessidade de adaptação

Com eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes, as projeções indicam aumentos na intensidade das chuvas máximas. A região Sul poderá registrar aumento de 5% a 25%, enquanto Norte e Nordeste terão pelo menos 40% de aumento na chuva máxima de um dia, o que pode gerar inundações e pressões adicionais nos recursos hídricos.

A necessidade de gestão sustentável da água e estratégias de adaptação é reforçada pelo estudo, que afirma que a segurança hídrica, energética e alimentar do Brasil está intrinsecamente ligada às mudanças climáticas e seus efeitos na água.

Para mais informações, acesse a fonte original.

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