O ex-presidente Jair Bolsonaro retorna ao centro cirúrgico nesta segunda-feira, às 14h, para a realização de um novo procedimento voltado ao tratamento de crises persistentes de soluço. A intervenção consiste em um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo. No último sábado, ele realizou o mesmo tratamento no lado direito, mas enfrentou novas crises de soluço e elevação da pressão arterial.
Estado de saúde de Bolsonaro
Segundo o boletim médico divulgado neste domingo, Jair Bolsonaro apresentou nova crise de soluços na noite anterior, além de uma elevação da pressão arterial. “Na noite passada, apresentou nova crise de soluços, apesar do procedimento realizado, além de elevação da pressão arterial. No momento, encontra-se estável e sem soluços”, informou a equipe médica. Essas crises noturnas geraram dificuldades para o sono do ex-presidente, demonstrando a gravidade do seu quadro clínico.
A realização do bloqueio do nervo frênico esquerdo já estava programada como uma etapa complementar do tratamento e é considerada necessária para uma avaliação mais precisa dos resultados do procedimento. Os médicos explicam que essa intervenção é parte de uma estratégia para conter as crises persistentes de soluços que Bolsonaro vem enfrentando.
O bloqueio do nervo frênico
O bloqueio do nervo frênico é indicado especialmente em casos de soluços refratários, onde não há resposta adequada ao tratamento convencional com medicamentos. Este nervo é crucial para o controle dos movimentos do diafragma, o músculo responsável pela respiração. Ao reduzir temporariamente a condução dos impulsos nervosos, o procedimento busca interromper as contrações involuntárias causadoras do soluço.
É importante ressaltar que esse tratamento está associado às complicações decorrentes da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018, que resultaram em alterações no trato gastrointestinal e episódios frequentes de soluço difíceis de controlar clinicamente ao longo dos anos.
Expectativas pós-procedimento
A equipe médica espera que o ex-presidente permaneça internado por pelo menos mais 48 horas após o novo procedimento, para acompanhamento do pós-operatório e monitoramento da evolução do seu quadro clínico. Durante esse tempo, Bolsonaro seguirá em cuidados clínicos, com fisioterapia para reabilitação, medidas de profilaxia de trombose venosa e monitoramento contínuo da dor.
Este novo procedimento ocorre após uma cirurgia realizada na última quinta-feira, onde o ex-presidente foi submetido à correção de uma hérnia inguinal bilateral, considerada bem-sucedida pela equipe de médicos após uma operação de cerca de três horas e meia. Na sexta-feira, os médicos já haviam feito ajustes nas medicações para controlar as crises de soluço e tratar a doença do refluxo gastroesofágico.
Internação e apoio familiar
Esta é a terceira vez que o ex-presidente vai ao centro cirúrgico desde que foi internado na última quarta-feira. Ele permanece no Hospital DF Star, em Brasília, onde está recebendo cuidados pós-operatórios. Vale destacar que a internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após uma perícia da Polícia Federal que indicou a necessidade da intervenção médica. Bolsonaro está sendo acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante sua estadia no hospital.
A situação de saúde do ex-presidente se agrava conforme as intervenções e o acompanhamento se tornam cada vez mais frequentes. A mudança em seu estado de saúde traz à tona a preocupação pública sobre sua recuperação e sobre como as sequelas da tentativa de assassinato em 2018 continuam a impactar sua vida.
Entenda melhor o bloqueio do nervo frênico
O bloqueio do nervo frênico, utilizado em casos de soluços persistentes, é um procedimento anestésico que visa interromper a resposta do corpo que causa o soluço. A intervenção é feita através da aplicação de anestesia localizada, que reduz temporariamente a condução dos impulsos nervosos para o diafragma. Essa técnica, que gera um alívio temporário dos sintomas, não provoca paralisia permanente nem interfere de forma definitiva na respiração, sendo uma medida controlada e temporária.
Em alguns casos, como o de Jair Bolsonaro, a técnica é aplicada de maneira bilateral, primeiro em um lado do corpo e depois no outro, para observar como o organismo responde antes de finalizar o quadro clínico.
Este método é indicado apenas em situações específicas e após uma avaliação clínica detalhada, especialmente quando os soluços estão ligados a alterações neurológicas ou gastrointestinais, mostrando a complexidade do tratamento que o ex-presidente enfrenta atualmente.


