Brigitte Bardot, a icônica atriz francesa que conquistou o mundo na década de 1950 com seu papel em “E Deus criou a mulher”, faleceu nesta terça-feira (31), aos 91 anos, anunciou sua fundação. Sua trajetória, marcada por glamour, ativismo e controvérsia, deixou uma marca indelével na cultura e na política francesas.
Carreira no cinema e impacto cultural
Nascida em 1934, em Paris, Bardot iniciou sua carreira estudando balé antes de se tornar modelo e, posteriormente, atriz. Sua estreia no cinema aconteceu aos 18 anos, com o filme dirigido por Roger Vadim, seu primeiro marido, que a lançou ao estrelato mundial. Com seu olhar sedutor e sorriso marcante, ela se tornou símbolo da emancipação feminina e do sex appeal nos anos 1950.
Seu papel em “E Deus criou a mulher”, de 1956, transformou-a em um ícone global, causando escândalos e fascínio. Atuou ainda em produções renomadas, como “O Desprezo”, de Jean-Luc Godard, e sua última obra foi “A História da Educação e da Alegria de Colinot” (1973), após a qual se aposentou dos filmes para dedicar-se ao ativismo animal.
Ativismo e controvérsias
Após deixar as telas, Bardot dedicou-se à causa animal, fundando, em 1986, a Fondation Brigitte Bardot, que administra abrigos, campanhas de esterilização e esforços de preservação ao redor do mundo. Em 2007, ela foi fotografada deitada na neve de Canadá com um filhote de leão-marinho, em uma campanha contra a caça aos animais marinhos.
Posições políticas e controvérsias
Apesar de seu compromisso com os direitos dos animais, Bardot também se envolveu em polêmicas por suas posições políticas. Em cartas públicas e livros, ela criticou duramente a imigração muçulmana na França e foi condenada várias vezes por incitação ao ódio racial. Em 1992, casou-se com Bernard d’Ormale, assessor do líder de extrema-direita Jean-Marie Le Pen, destacando-se por suas declarações polémicas sobre temas sociais e culturais.
Suas opiniões controversas geraram críticas de grupos de direitos civis, levando-a a ser condenada cinco vezes por incitação ao racismo. Segundo ela, suas ações tinham o objetivo de defender os valores tradicionais franceses, embora seus posicionamentos tenham sido amplamente questionados e considerados além do limite do aceitável.
Legado multifacetado e impacto global
Brigitte Bardot deixa um legado complexo. Como símbolo de uma era de libertação sexual e beleza, ela também será lembrada por sua atuação na política de direita e por suas opiniões polarizadoras. Sua dedicação às causas ambientais, porém, permanece um exemplo de ativismo dedicado e pioneiro.
A atriz e ativista deixa uma influência duradoura na cultura, no cinema e na luta pelos direitos animais, mas sua figura também continuará envolta em debates sobre liberdade de expressão, intolerância e responsabilidade social.


