Brasil, 28 de dezembro de 2025
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Fechamento da Porta Santa em São Paulo: A esperança que permanece viva

No último domingo, 28 de dezembro, aconteceu o rito de fechamento da Porta Santa na Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros, conduzido pelo cardeal James Michael Harvey. Durante sua homilia, o arcipreste enfatizou a importância da esperança cristã e a necessidade de não fugir das dificuldades que o mundo enfrenta atualmente, como guerras e injustiças. O tema central do Jubileu, segundo Harvey, é a confiança que deve transcender o “otimismo ingênuo” e proporcionar uma liberdade interior que nenhuma prisão possa extinguir.

A presença constante da esperança

Em sua reflexão, o cardeal lembrou que a esperança não é uma fuga da realidade, mas uma presença essencial diante das limitações humanas e dos desafios históricos que marcam as vidas dos indivíduos. O ato de fechar a Porta Santa serve como uma metáfora poderosa. Como ele explicou, assim como a porta se fecha, as pessoas também podem se sentir tentadas a se isolar em suas dificuldades. No entanto, o convite é o oposto: abrir-se para a misericórdia e para a transformação em meio às crises.

A única esperança: a Cruz de Cristo

Durante a celebração, a estatue de São Paulo, que se eleva acima do quadripórtico da Basílica, foi uma lembrança da “única esperança”, a Cruz de Cristo, que é capacidade de renovação e transformação. A frase gravada na Porta Santa — “Ad sacram Pauli cunctis venientibus aedem – sit pacis donum perpetuumque salus” — ressoou entre os peregrinos ao longo do ano, evocando o desejo de que o “dom da paz” se espalhe em tempos tão conturbados.

Um silêncio que fala à alma

O ritmo da cerimônia foi marcado por um silêncio contemplativo enquanto o cardeal Harvey se dirigia à Porta Santa, que simboliza anos de preparação e reflexão. A Porta, com seus três painéis, representava um convite à conversão e à esperança. “A misericórdia de Deus permanece sempre aberta”, assegurou. Essa mensagem ressoou fortemente, especialmente nas palavras da Carta aos Romanos: “a esperança não decepciona”. Em um mundo que experimenta a dor e a desilusão, essas palavras tornam-se um alicerce inabalável.

Atravessando a Porta da Misericórdia

Para o cardeal, atravessar a Porta Santa é muito mais do que uma ação física; é uma escolha espiritual. Renunciar a “tudo que pesa no coração” e entrar “no espaço da misericórdia” é um ato de humildade e fé. Ele falou sobre como essa passagem representa uma reentrada na comunhão e um retorno ao acolhimento do Pai, enfatizando que “Deus nunca fecha a porta ao homem; é o homem que é chamado a atravessá-la”.

Esperança como virtude essencial

O cardeal Harvey declarou que a esperança, juntamente com a fé e a caridade, é o coração da vida cristã. Enraizada em Deus, essa esperança não se baseia em otimismo superficial, mas aguarda a “salvação já doada”, confiando que a realização dela se desdobra ao longo da história, que deve ser percorrida com o olhar fixo em Cristo. Para ele, o desafio é enfrentar a dor com a certeza de que “a última palavra pertence à vida e à salvação”.

Coragem para mudar o mundo

Ao concluir sua homilia, o cardeal destacou que a esperança não é uma ideia abstrata, mas um chamado à ação. Com a “conversão do coração” e a experiência do perdão, a esperança pode transformar vidas e, por extensão, o mundo. “A virtude da esperança não é uma fuga, mas uma coragem que nos impulsiona a descer nas profundezas, rompedores da crosta da resignação”, explicou. Essa visão consistente de esperança é um apelo a todos para que, mesmo diante das adversidades, não percam a capacidade de acreditar na possibilidade de mudança.

O fechamento da Porta Santa não marca apenas o fim de um rito, mas a continuidade de uma jornada espiritual que deve ser vivida com propósito e fé no futuro.

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