O presidente da Equinor, Anders Opedal, retornou ao Brasil na semana passada para atuar como CEO global da companhia. Com uma trajetória marcada por sua passagem pelo país entre 2017 e 2018, ele acompanhou de perto projetos como o Campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, cujo início de produção aconteceu em outubro e deve gerar 50 mil empregos.
Projetos em operação e foco na transição energética no Brasil
Segundo Opedal, o projeto de Bacalhau, que antes era apenas uma ideia apresentada em PowerPoint, se concretizou graças ao esforço da equipe. “Nós transformamos uma possibilidade em realidade, explorando e desenvolvendo petróleo, que é a essência da nossa atuação na indústria.”
Além de Bacalhau, a companhia mantém reuniões com o presidente Lula sobre o projeto Raia, na Bacia de Campos, com potencial para atender 15% da demanda nacional de gás, equivalente ao consumo de toda a cidade de São Paulo. A Equinor também investe em energia renovável, com a produção do complexo híbrido Serra da Babilônia, na Bahia, seu primeiro ativo híbrido de energia solar e eólica.
Análise do cenário global e impacto no Brasil
Opedal avalia que o cenário internacional mudou após a guerra na Ucrânia, com maior foco em segurança energética. “O discurso em prol da sustentabilidade deu espaço para a preocupação com a segurança de abastecimento. Ainda assim, seguimos investindo em petróleo e gás, pois há uma necessidade de garantir energia acessível e segura”, afirma.
Ele explica que, mesmo com o preço do petróleo na faixa de US$ 60 por barril, a Equinor considera os projetos a longo prazo, priorizando o ponto de equilíbrio financeiro e as baixas emissões de CO₂. “Bacalhau permanece um projeto robusto, com aval do mercado, mesmo com preços menores.”
Perspectivas para 2026 e regulação tributária
Sobre o preço do petróleo até 2026, Opedal acredita que os preços devem permanecer próximos de US$ 60, com possibilidade de queda, devido ao aumento na oferta mundial. Ele também demonstra ceticismo em relação a mudanças no sistema tributário semelhante ao do Reino Unido. “Políticas instáveis reduzem a confiança dos investidores”, ressalta, destacando a consistência do Brasil em manter contratos e regras claras.
Posição da Equinor no Brasil e investimentos futuros
Entre os mercados globais, o Brasil ocupa posição de destaque para a companhia, sendo um dos três principais, ao lado da Noruega e dos Estados Unidos. “Atualmente, investimos mais no Brasil do que nos EUA, e seguimos comprometidos com projetos como Bacalhau, Raia e novos prospectos na Margem Equatorial e nas regiões Norte e Sul”, afirma Opedal.
Diálogo com o presidente Lula e desenvolvimento de projetos
Na reunião com o presidente Lula, o foco foi no projeto Raia, que requer um investimento de cerca de US$ 9 bilhões e deve criar 50 mil empregos diretos e indiretos. O gás produzido na plataforma pode abastecer o mercado interno, substituindo importações e impulsionando setores como fertilizantes.
Construção de infraestrutura e foco em energias renováveis
Para garantir a viabilidade do projeto, a Equinor está construindo o gasoduto perto da Rota 2, cuja conclusão está prevista para 2028. A estratégia de energia renovável também avança com os portfólios do Apodi, na Ceará, Serra da Babilônia e Mendubim, no Rio Grande do Norte, além da aquisição da Rio Energy, que atua no setor.
Sobre sua experiência no Brasil, Opedal revela um sentimento nostálgico. “Faltou o clima, as pessoas e a vida ao ar livre. Quando morava aqui, adorava correr na orla de Ipanema e na Lagoa.”
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