A prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, marca o início de uma nova fase nas detenções de pessoas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua participação em uma trama golpista. Até o momento, já estão cumprindo pena integrantes do núcleo central do esquema, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros de seu governo.
O que motivou as recentes prisões
A Polícia Federal (PF) cumpriu neste sábado dez mandados de prisão domiciliar envolvendo o uso de tornozeleira eletrônica, conforme determinado pelo STF. Esta ação faz parte das investigações relacionadas ao golpe tentado no Brasil. Um dos presos nessa operação é Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência, cuja inclusão nas detenções marca um aprofundamento das ações contra os envolvidos.
Medidas impostas e zonas de monitoramento
As ordens judiciais estão sendo aplicadas em diversos estados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia e Tocantins, além do Distrito Federal, com o apoio do Exército Brasileiro em algumas operações. Juntamente com a prisão domiciliar, medidas cautelares foram impostas, como a proibição do uso de redes sociais, de contato com outros investigados, a entrega de passaportes e a proibição de visitas, visando a garantir que os réus mantenham-se sob vigilância.
Quem são os envolvidos nas detenções
Até as 9h30 do dia das prisões, a PF havia cumprido mandados contra várias pessoas, como:
- Giancarlo Gomes Rodrigues (BA)
- Marilia Ferreira de Alencar (DF)
- Angelo Martins Denicoli (ES)
- Fabricio Moreira de Bastos (TO)
- Sergio Ricardo Cavaliere (RJ)
- Bernardo Romão Correa Netto (DF)
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (RJ)
No total, 29 pessoas foram sentenciadas, mas apenas seis estão detidas. Destacam-se casos como o do ex-deputado federal Alexandre Ramagem, que está foragido nos Estados Unidos, e do ex-tenente-coronel Mauro Cid, atualmente em regime aberto.
Tentativas de fuga e vigilância aumentada
O padrão de tentativas de fuga acendeu um alerta tanto no STF quanto na PF. A situação de Silvinei, que tentava burlar as medidas judiciais, resultou na determinação de prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes. O juiz fundamentou sua decisão na violação das condições cautelares, o que justifica uma reavaliação das condições de liberdade desse grupo de réus.
Apenas em relação às prisões com tornozeleira eletrônica, o STF tem sido informado diariamente sobre qualquer tentativa de violação das medidas impostas. O sistema de monitoramento é projetado para emitir alertas se um indivíduo deixar a área permitida, o que permitiu à PF perceber que Silvinei não estava em casa, iniciando assim as buscas que resultaram em sua recaptura.
A vigilância da Polícia Federal
A PF afirma que está atenta e monitorando de perto a movimentação dos condenados. Caso necessário, podem ser requisitadas novas medidas ao STF. O governo federal vê as tentativas de fuga como um argumento para reforçar sua posição contra a redução das penas relacionadas ao esquema golpista, especialmente em relação ao ex-presidente Bolsonaro.
Conclusão
A avaliação do governo e do STF é de que as tentativas de Silvinei e Ramagem sinalizam a disposição de não se submeter à Justiça, complicando ainda mais o cenário jurídico para muitos envolvidos. O presidente Lula reitera seu compromisso em vetar a minuta de lei que poderia beneficiar os condenados e, com isso, busca garantir uma ação mais rígida contra as tentações de fuga que possam surgir entre os investigados.
Essa nova fase de prisões não só reforça a atuação da Justiça brasileira em busca de responsabilização, mas também representa um importante passo no fortalecimento do regime democrático em um momento crítico na política nacional.



