O ano de 2025 já é considerado histórico para o esporte paralímpico brasileiro, destacando-se como um período de conquistas significativas e disputas acirradas. O país, em seu primeiro ano do ciclo que culminará nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles em 2028, viu atletas brilharem em diversas competições internacionais e enfrentarem desafios em suas relações com as federações esportivas. Desde medalhas conquistadas até a luta por direitos, o Brasil se destacou em várias frentes no mundo do esporte adaptado.
Conquistas históricas nos campeonatos mundiais
O início da temporada de 2025 trouxe um sopro de otimismo com a vitória de Cristian Ribera, que se tornou campeão mundial de esqui cross country em Trondheim, na Noruega. Ribera é uma das esperanças de medalha para o Brasil nas Paralimpíadas de Inverno de 2026, a serem realizadas nas cidades italianas de Milão e Cortina. Além disso, a Copa do Mundo de tênis em cadeira de rodas, ocorrida em Antalya, na Turquia, viu a seleção brasileira da classe quad alcançar a final pela primeira vez, conquistando a prata.
No âmbito do judô, o Brasil brilhou no Mundial em Astana, Cazaquistão, com 13 medalhas, sendo cinco de ouro, o que colocou o país no topo do quadro de medalhas pela primeira vez. Alana Maldonado destacou-se como tricampeã na categoria até 70 kg, enquanto Wilians Araújo fez história ao conquistar o bi na categoria acima de 95 kg. A final entre judocas brasileiras na categoria acima de 70 kg foi um show de talento, evidenciando a força do judô adaptado nacional.
Destaques em canoagem e ciclismo
O Mundial de canoagem realizado em Milão também trouxe momentos memoráveis para o Brasil. O sul-mato-grossense Fernando Rufino conquistou a única medalha de ouro do Brasil na classe VL2, repetindo o feito da final paralímpica dos Jogos de Paris. No ciclismo, Lauro Chaman assegurou o tricampeonato na prova de resistência da classe C5 no Mundial em Ronce, Bélgica. Já no ciclismo de pista, realizado no Rio de Janeiro, o país garantiu nove medalhas, destacando a paulista Sabrina Custódia, que estabeleceu um novo recorde mundial.
Destaques na natação e atletismo
Em setembro, o Brasil brilhou no Mundial de Natação em Singapura, onde os atletas brasileiros conquistaram 13 medalhas de ouro, com destaque para Gabriel Araújo e Carol Santiago. Outubro trouxe mais alegrias com o Mundial de Atletismo em Nova Déli, onde o Brasil fez história ao terminar no topo do quadro de medalhas, superando até a China e consagrando a acreana Jerusa Geber como tetracampeã nos 100 metros rasos.
Desafios e tensionamentos nas relações com a CBTM
Infelizmente, 2025 também foi um ano de tensão para os atletas de tênis de mesa, que se mobilizaram em protesto contra a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). As reclamações giraram em torno da exigência de que os atletas investissem um percentual do Bolsa Atleta para custear a participação em competições internacionais, o que gerou insatisfação e levou um grupo a enviar um ofício ao Ministério do Esporte. A resposta do governo foi clara: as exigências da CBTM não estavam previstas nas normas do Programa Bolsa Atleta, e, embora a confederação tenha revogado tais exigências, a divisão entre os atletas e a entidade ainda persiste.
Perspectivas para o futuro
As conquistas e desafios de 2025 colocam o Brasil em uma posição crescente no cenário paralímpico mundial, com os atletas se preparando para as competições futuras. Com a proximidade dos Jogos Paralímpicos de Los Angeles em 2028, a visão é de um crescimento contínuo e de um Brasil ainda mais forte nas pautas esportivas. A expectativa é que os atletas continuem a brilhar, conquistando medalhas e representando com dignidade o país, enquanto as questões organizacionais e de apoio devem ser resolvidas para garantir melhores condições de treinamento e competição.
O ano de 2025 não apenas destacou o talento e a resiliência dos atletas paralímpicos brasileiros, mas também trouxe à tona a importância de um suporte adequado e de melhorias na gestão das modalidades. Com isso, o país se prepara para um futuro promissor no esporte paralímpico, esperando que a união e o reconhecimento se tornem prioridades entre as entidades esportivas, atletas e o governo.


