Wesley Abreu, um morador de 59 anos de Sobradinho, no Distrito Federal, chegou ao final de 2025 com um novo coração e uma nova visão sobre a vida. Após passar por um transplant, Wesley encontrou um renascimento e uma renovação de esperanças. O transplante foi realizado em janeiro no Hospital do Coração do Brasil e, desde então, Wesley se sente como uma pessoa transformada. “Eu sou um outro Wesley, que dá valor às pequenas coisas, a esses momentos com a família. Vale a pena viver, por nós e pelos outros. O transplante traz isso”, afirmou em entrevista ao g1.
O impacto do transplante na vida de Wesley
Antes da cirurgia, Wesley enfrentava desafios significativos em sua saúde. Ele havia sofrido três infartos e, apesar de estar sob tratamento, sua condição só piorava. Atividades cotidianas como caminhar, respirar e realizar tarefas simples tornaram-se um verdadeiro desafio. Entretanto, após seu transplante, cada movimento realizado passou a ter um novo significado. Ele agora enxerga cada dia como uma nova oportunidade.
Próximo de completar um ano após o transplante, Wesley celebra não apenas a nova chance de vida, mas também o nascimento de seus netos gêmeos, que aconteceram pouco depois da cirurgia. A filha dele estava grávida na época do procedimento e, em meia a tal celebração, Wesley se emocionou ao conseguir acompanhar a chegada de suas novas referências de vida na família.
A espera pelo coração e os desafios do procedimento
A espera pelo coração compatível foi angustiante. Wesley conta que, assim que entrou na fila de transplantes, fez o único pedido de que tudo desse certo. A ligação com a boa notícia chegou em uma noite comum, quando ele e sua esposa estavam prestes a pedir um lanche em uma hamburgueria. O telefone tocou e a orientação foi clara: “não coma nada e chegue ao hospital imediatamente”.
Ansioso e emocionado, ele fez uma ligação para seu irmão, expressando a mistura de alegria e medo que envolvia o processo. “Transplante é uma cirurgia bem complexa, né?”, relembra Wesley. A cirurgia ocorreu na virada do dia 17 para o 18 de janeiro, e o novo coração bate em seu peito desde então.
Recuperação e uma nova vida
Wesley teve uma recuperação rápida e impressionante. Em menos de 24 horas após o transplante, ele já respirava sem ajuda de aparelhos e surpreendeu a equipe médica ao acordar conversando. “Tive que ouvir até um ‘vai com calma’”, comentou Wesley, com uma risada que evidencia a leveza com que enxerga agora a vida.
Embora o pós-operatório tenha sido repleto de desafios, incluindo infecções e um período prolongado de internação, Wesley se dedicou à fisioterapia e à reabilitação cardíaca. “Hoje eu tenho outra qualidade de vida. O transplante motiva a gente a viver”, afirmou, deixando claro que sua nova realidade é repleta de significado e gratidão.
Importância da doação de órgãos
A experiência de Wesley também ressalta a importância da doação de órgãos. A cardiologista Viviane Sabatoski, que acompanhou Wesley durante o processo, destacou que ele era um paciente relativamente jovem e estava determinado a viver. Segundo ela, a fila de transplantes no Brasil é regulada por diversos critérios, e a combinação de fatores que levou ao transplante foi crucial.
Viviane também enfatiza o momento difícil que as famílias enfrentam ao tomar a decisão de autorizar a doação de órgãos, muitas vezes em meio ao luto. “Esse é um ato de amor muito grande. É isso que tem que motivar o ser humano, dar oportunidade às pessoas”, ressaltou.
A solidariedade e a mobilização que envolvem um transplante fazem parte de um esforço coletivo que vai além do paciente e do doador. “Todo mundo ajuda. Desde quem organiza o transporte até quem segura um elevador. Cada pessoa faz a sua parte para que aquela vida continue”, concluiu Viviane. Para Wesley, o ‘sim’ dado por uma família em um momento tão difícil foi a chave para sua nova história e, uma lição sobre a importância de valorizar a vida pode ser extraída de sua experiência: é um lembrete poderoso de que sempre há esperança e recomeços, mesmo nas situações mais desafiadoras.
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