Brasil, 27 de dezembro de 2025
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Lula lamenta a morte de Mãe Carmen, importante líder religiosa

Na noite da última sexta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Mãe Carmen Oxaguian, aos 98 anos. A ilustre ialorixá do Terreiro de Gantois, localizado em Salvador (BA), recebeu homenagens que ressaltaram sua importância para a cultura brasileira e a espiritualidade africana. Lula e a primeira-dama, Janja, manifestaram sua tristeza em uma carta de pesar.

A despedida de uma pioneira da espiritualidade afro-brasileira

Em sua mensagem, Lula relembrou o legado duradouro de Mãe Carmen, que liderou o Ilé Ìyá Omi Àse Ìyamase, conhecido como o Terreiro do Gantois, por mais de 20 anos. “Eu e Janja ficamos profundamente tristes com a partida da querida Mãe Carmen de Oxaguian. Sua liderança e amor por nossa cultura foram inegáveis e imprescindíveis”, disse o presidente.

O presidente ressaltou ainda a importância de Mãe Carmen em manter viva a tradição ancestral, transmitida por Mãe Menininha e outras matriarcas. “Ela manteve acesa a chama da espiritualidade africana, que fez uma nova casa no Brasil e permeou a cultura e o coração dos brasileiros”, afirmou Lula.

Reconhecimento de várias vozes

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também fez uma homenagem nas redes sociais, destacando os valores e a força que Mãe Carmen irradiava. “Tive o privilégio de conhecê-la como autoridade espiritual, mas também como uma grande mulher de fé que cultivou amor e acolhimento”, disse a ministra. A declaração de Menezes toca no papel essencial das lideranças religiosas, que não apenas conduzem práticas espirituais, mas também emitem exemplos de compaixão e solidariedade.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania divulgou uma nota de pesar em solidariedade à comunidade do Gantois, ressaltando a grande perda que a partida de Mãe Carmen representa para o povo de santo, para a Bahia e para o Brasil. “Sua vida permanece como legado de sabedoria, firmeza espiritual e compromisso com a ancestralidade”, diz a nota.

Além das autoridades, o músico Gilberto Gil, conhecido por seu envolvimento com questões culturais e sociais, também compartilhou seu pesar nas redes sociais, expressando suas condolências e destacando a importância de Mãe Carmen para a música e a espiritualidade no Brasil. “Partiu hoje deixando muitas saudades. Descanse em paz! Que Obatalá nos proteja”, escreveu Gil, mostrando a conexão afetiva que muitos brasileiros têm com a líder religiosa.

Uma trajetória marcada pela ancestralidade

Mãe Carmen, cujo nome de batismo era Carmen Oliveira da Silva, começou sua jornada espiritual muito jovem. Nascida em 29 de dezembro de 1926, ela foi introduzida ao candomblé aos sete anos e, desde 2002, liderava o terreiro que leva o nome de sua ancestralidade. Sua morte marca não apenas uma perda para seus filhos, netos e bisnetos, mas para toda uma comunidade que vê no candomblé uma expressão de identidade, resistência e cultura.

Ela deixa um legado de amor e compromisso com suas raízes, tendo formado uma rica linhagem espiritual com suas duas filhas, três netos e quatro bisnetos. O velório de Mãe Carmen está acontecendo até este sábado (27) em Salvador, onde será feita sua despedida final. A reverberação de sua vida e obra seguirá inspirando gerações futuras, promovendo a valorização da cultura afro-brasileira, tão essencial na construção da sociedade brasileira.

Assim, a memória de Mãe Carmen Oxaguian não se apagará, mas continuará a brilhar como uma importante luz na espiritualidade e na cultura do Brasil.

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