Brasil, 26 de dezembro de 2025
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Morte de mãe Carmen de Oxaguian é lamentada por Lula

Na última sexta-feira (26/12), o Brasil perdeu uma de suas mais importantes figuras religiosas, Mãe Carmen Oliveira da Silva, a Mãe Carmen de Oxaguian, que faleceu aos 98 anos. Sua morte foi lamentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que destacou a importância de sua contribuição para a riqueza cultural e espiritual brasileira.

A importância de Mãe Carmen de Oxaguian

Mãe Carmen era a líder do Ilé Ìyá Omi Àse Ìyamase, conhecido popularmente como o Terreiro do Gantois, um dos mais antigos e respeitados terreiros de candomblé do país. Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que Mãe Carmen manteve “acesa a chama da espiritualidade africana que fez uma nova casa no Brasil e permeou a cultura e o coração dos brasileiros”. Sua trajetória de vida é um exemplo de resistência e dedicação às tradições afro-brasileiras.

Um legado de fé e resistência

Nascida em Salvador em 29 de dezembro de 1926, Mãe Carmen foi iniciada no Candomblé ainda aos 7 anos, dedicando-se ao culto de Oxalá, o Orixá que representava sua cabeça. Filha mais nova da icônica Mãe Menininha do Gantois, uma das mais renomadas ialorixás, Carmen foi uma guardiã das tradições e da cultura afro-brasileira, promovendo o respeito e a valorização das práticas religiosas africanas.

Por mais de duas décadas, ela guiou o Terreiro do Gantois, onde acolheu e ensinou muitos adeptos do candomblé, contribuindo para a preservação de uma religião frequentemente marginalizada. Seu trabalho se estendeu além das paredes do terreiro; Mãe Carmen era uma figura de destaque também em eventos culturais e sociais, lutando pela igualdade e pela liberdade religiosa.

Reações à morte de Mãe Carmen

A morte de Mãe Carmen gerou uma onda de tributos e mensagens de solidariedade nas redes sociais, com muitos admiradores e líderes religiosos expressando suas condolências. Em sua declaração, Lula enfatizou a importância de homenagear a memória de Mãe Carmen e seu impacto na sociedade brasileira.

Além das homenagens nas redes sociais, figuras públicas da cultura brasileira e líderes religiosos se reuniram em diversos eventos para celebrar a vida e obra de Mãe Carmen. Sua passagem é vista como uma grande perda para o movimento afro-brasileiro, mas ao mesmo tempo, uma oportunidade para refletir sobre o legado que deixou.

Uma luta pela liberdade religiosa

Mãe Carmen foi uma das vozes mais ativas na luta pela liberdade e respeito religioso, um tema extremamente pertinente no Brasil. Embora o candomblé tenha conquistado certa visibilidade e aceitação nas últimas décadas, ainda enfrenta preconceitos. A liderança de Mãe Carmen foi central nessa batalha, promovendo diálogos sobre cultura e direitos civis.

A sua morte traz à tona a necessidade de continuar defendendo a diversidade religiosa, reafirmando a importância das tradições afro-brasileiras na formação da identidade nacional. O sentimento de perda é compartilhado entre todos os que acreditam que a cultura brasileira se enriquece com as diversas crenças e tradições que compõem seu mosaico.

O funeral e o legado de Mãe Carmen

Mãe Carmen estava internada há cerca de duas semanas no Hospital Português, em Salvador (BA), tratando de uma forte gripe e sua morte deixou uma profunda tristeza na comunidade que a acompanhou por tantos anos. O funeral de Mãe Carmen está previsto para ocorrer em seu terreiro, onde amigos, familiares e admiradores poderão se despedir e celebrar a sua vida.

O legado de Mãe Carmen de Oxaguian é um convite à reflexão sobre a espiritualidade, a cultura e a luta por respeito e igualdade em um Brasil plural. Seu nome será sempre sinônimo da qualidade e força da tradição afro-brasileira, e sua memória viverá através de todos que tiveram a honra de cruzar seu caminho.

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