A inflação de alimentos que, em 2025, surpreendeu as expectativas ao ficar dentro da meta e até registrou deflação, deve apresentar alta de cerca de 5% no próximo ano. A previsão é de que, apesar de não ocorrer uma disparada de preços, o novo ciclo trará uma pressão moderada, especialmente nas carnes, cereais e produtos in natura.
Perspectivas para a inflação de alimentos em 2026
De acordo com os cálculos do economista Fábio Romão, da consultoria 4Intelligence, a inflação de alimentos deverá ficar em torno de 4,8%, com destaque para o aumento nos preços das carnes, que podem saltar de 2,8% em 2025 para 6,9% no próximo ano. A retomada das exportações e o ciclo do boi, que alterna entre anos de maior oferta e de menor abate, impulsionarão essa alta.
O grupo de alimentos in natura, que deve registrar deflação de 0,8% em 2025, poderá ter uma alta de até 6,7% em 2026, devido à volatilidade climática e às variáveis ambientais que afetam a produção agrícola, como chuvas e períodos de seca.
Impactos políticos e a volatilidade do dólar
O ano que vem será marcado pelo clima político, com eleições gerais, o que tende a aumentar a volatilidade do dólar, refletindo-se nos preços de alimentos. A moeda americana, que teve forte oscilaridade em 2025, deve continuar instável, influenciando custos e preços internos, além de afetar o cenário inflacionário.
Apesar do ambiente de eleções, o dólar deve permanecer sob pressão, embora ainda abaixo dos valores registrados em janeiro de 2026. Essa volatilidade também torna o cenário de preços de alimentos mais imprevisível, podendo gerar oscilações durante o ano.
Previsões específicas para produtos essenciais
O pão, por exemplo, deve ter alta de aproximadamente 5,6%, enquanto o grupo de farinhas e massas subirá cerca de 8,6%. As oleaginosas, leguminosas e cereais, que tiveram queda de preços em 2025 devido à maior oferta e competição internacional, poderão experimentar uma retomada de 10% na inflação.
Por outro lado, alimentos básicos, como frutas e verduras, poderão sofrer variações mais acentuadas, dependendo das condições climáticas e do clima político, que influencia também a demanda interna.
Expectativas para o setor agrícola e internacional
O setor de café, que teve altas expressivas nos últimos anos, deve registrar uma maior oferta em 2026 devido às melhores safras nos países produtores. Essa tendência ajudou o setor a conquistar a retirada da lista de tarifas adicionais dos Estados Unidos, com objetivo de estimular as exportações.
Conclusão: um cenário de estabilidade moderada
O próximo ano promete um cenário mais equilibrado, diferente do forte aumento registrado em anos anteriores. A combinação de fatores climáticos, políticos e de mercado indica que 2026 será um ciclo de estabilidade com leve aumento nos preços, influenciado por uma conjuntura de volatilidade e ajustes de oferta e demanda.
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