Um fato alarmante no litoral paulista vem chamando a atenção das autoridades. Um casal que passeava de caiaque em São Vicente foi assaltado de maneira audaciosa por criminosos que estavam em uma moto aquática. O incidente, que ocorreu no último domingo (21), a cerca de 100 metros da faixa de areia da Praia dos Milionários, deixou a comunidade em estado de choque. Uma força-tarefa foi acionada pelas autoridades locais para tentar desvendar a origem da moto aquática utilizada no crime.
A investigação e o desdobrar do crime
Conforme informações apuradas pela TV Tribuna, afiliada da Globo, as marinas da cidade estavam fechadas e não havia embarcações nas águas no dia do assalto. Essa situação levanta a suspeita de que os criminosos não tenham saído de nenhuma das marinas locais. Contudo, a polícia não descarta a possibilidade de que a moto aquática tenha origem em um dos 19 estabelecimentos do tipo que existem em São Vicente.
As equipes da Polícia Militar (PM) e da Guarda Civil Municipal (GCM) já realizaram a fiscalização de mais de dez marinas situadas entre os bairros Japuí e Parque Bitaru. O Tenente Coronel Renato dos Santos Abreu revelou em entrevista que três das marinas fiscalizadas foram autuadas devido à falta de documentação. A fiscalização, segundo ele, continuará ao longo de todo o verão, já que a marina também pode ser responsabilizada caso alguém não habilitado utilize uma embarcação através dela.
Imagens do assalto e relato das vítimas
Um vídeo feito por uma testemunha flagrou o momento em que o assalto ocorreu, mostrando diversas crianças brincando na praia enquanto o casal era abordado. As imagens revelam que os criminosos aproximaram-se do casal, pegaram os remos que estavam usando e, em um momento de violência, um ladrão agrediu a vítima masculina na cabeça com o remo.
Em relato ao g1, a mulher de 47 anos contou que, antes de anunciar o assalto, os criminosos se aproximaram fazendo manobras com a moto aquática – uma situação que parece ser parte de um plano para assustá-los. “Eles começaram a andar em círculo em volta da gente apavorando. Aí deu aquela desestabilizada”, lembrou a vítima, que também destacou o desespero que sentiu ao perceber que seu marido poderia desmaiar e se afogar.
Após as agressões, o casal entregou as alianças aos ladrões, que rapidamente fugiram. A mulher expressou sua revolta com a sensação de impunidade após o crime, mencionando que, mesmo após buscar ajuda, não conseguiu obter o suporte desejado das autoridades.
Resposta das autoridades e medidas propostas
Após o ocorrido, a Polícia Militar argumentou em nota que, em situações onde não há flagrante, a abordagem mais adequada é registrar a ocorrência junto ao distrito policial competente. Tal medida é essencial para auxiliar no planejamento de ações preventivas e nas investigações.
A Prefeitura de São Vicente também se manifestou, informando que já está apoiando a investigação da Polícia Civil e promovendo blitzs em marinas para coibir irregularidades, como o aluguel de motos aquáticas sem registro. Além disso, o executivo municipal estuda novas formas de regulamentar o trânsito de embarcações nas águas da cidade.
A Capitania dos Portos de São Paulo, por sua vez, afirmou que não foi notificada oficialmente sobre o assalto. Apesar disso, garantiu que as suas ações de inspeção naval têm como foco a segurança da navegação e a proteção da vida humana no mar, ressaltando que questões relacionadas à segurança pública são de responsabilidade das autoridades competentes.
Um clamor por maior segurança
O ataque sofrido pelo casal expõe a vulnerabilidade das operações de segurança nas áreas costeiras. A necessidade de um policiamento mais eficiente e imediato no mar é um clamor crescente, reforçado pelo apelo das vítimas durante suas declarações. Espera-se que os órgãos responsáveis tomem as medidas necessárias para aumentar a segurança de banhistas e turistas, principalmente durante a alta temporada.
Com o aumento da criminalidade e situações como essa, a população de São Vicente aguarda respostas e ações concretas que possam garantir a segurança de todos que frequentam as praias e o mar da região.
