Os Estados Unidos ainda enfrentam dificuldades na obtenção de terras-raras da China, mesmo após um acordo firmado em outubro de 2025 entre Donald Trump e Xi Jinping. A China mantém restrições que prejudicam a indústria americana de ímãs permanentes, essenciais para diversos setores, como tecnologia, defesa e bens de consumo, demonstrando tensões persistentes entre as duas potências.
Restrição contínua de fornecimento de terras-raras aos EUA
Segundo fontes do setor, a China tem aumentado as entregas de produtos acabados, como ímãs permanentes, mas restringe o acesso aos insumos necessários para sua fabricação, dificultando o desenvolvimento da indústria de terras-raras nos Estados Unidos. Especialistas afirmam que, apesar das exportações chinesas crescerem 13% em novembro de 2025, a situação interna dos fornecedores americanos permanece desafiadora, com dificuldade de acesso a minerais e óxido de disprósio, conforme relatou o CEO da Noveon Magnetics Inc., Scott Dunn.
Tensões após acordo de 2025
Após o acordo de 30 de outubro de 2025, pelo qual Washington e Pequim reduziram tarifas e prometeram restabelecer o fornecimento de terras-raras, as tensões continuam, evidenciadas pela queda de 11% nas exportações de ímãs para os EUA em novembro, segundo dados chineses. O governo chinês afirmou que a flutuação nos dados comerciais é “normal” e reforçou seu compromisso de manter a estabilidade nas cadeias de suprimentos globais, embora continue restringindo exportações para uso militar.
Impactos na indústria americana
Especialistas do setor afirmam que, apesar do relaxamento temporário das restrições por Pequim, a produção fora da China permanece insuficiente para atender à demanda global. “Fora da China, o mundo consegue produzir cerca de 50 mil toneladas de ímãs, mas não há minerais de terras-raras suficientes para sustentar essa produção”, destacou Dunn. Além disso, a incerteza sobre o andamento das negociações entre as partes aumenta o risco de atrasos na renovação de licenças de exportação, o que pode complicar ainda mais a cadeia de abastecimento.
Perspectivas de negociações e riscos futuros
Enquanto o governo americano busca ampliar sua capacidade de produzir terras-raras internamente, as negociações sobre os detalhes da liberalização de exportações permanecem estagnadas. Fontes diplomáticas revelaram que os acordos temporários das últimas semanas não se confirmaram como definitivos, gerando apreensão no setor. Além disso, o vencimento iminente das licenças de exportação de seis meses, emitidas pela China, deverá acirrar a competição por esses materiais, com riscos de atrasos e controles mais rígidos.
Segundo especialistas, a continuidade dessas restrições pode dificultar a autonomia dos EUA na cadeia de produção de ímãs permanentes, essenciais para tecnologia militar e civil, mantendo a China como principal fornecedora de terras-raras. Assim, o cenário atual sugere um caminho ainda incerto para a descarbonização e o desenvolvimento tecnológico norte-americano, em meio às tensões comerciais globais.
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