Brasil, 26 de dezembro de 2025
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PT busca alianças com PDT para eleições de 2026 em estados estratégicos

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, tem intensificado as conversas com dirigentes do PDT para firmar parcerias em três estados que são considerados prioritários para o partido. O objetivo é reatar as relações entre as duas siglas de olho nas eleições de 2026, após um período de tensões que se intensificaram com a demissão do presidente do PDT, Carlos Lupi, do Ministério da Previdência, em meio a um escândalo envolvendo o INSS.

Histórico de tensões e perspectivas de aliança

A relação entre PT e PDT sofreu abalos significativos, especialmente após a saída de Lupi do governo. No primeiro semestre deste ano, a bancada do PDT na Câmara havia chegado a divulgar o seu desembarque da base do governo Lula. Contudo, interlocutores de Lupi indicam que o apoio à reeleição de Lula ainda está nos planos da sigla. Atualmente, os partidos parecem seguir caminhos separados em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, regiões tidas como estratégicas pelos pedetistas.

Em relação ao governo gaúcho, o PDT anunciou a pré-candidatura da ex-deputada estadual Juliana Brizola, neta do ex-governador Leonel Brizola. Já o PT prioriza lançar Edegar Pretto, atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), como seu candidato. Edinho Silva, em evento no estado, expressou sua intenção de estabelecer um “amplo diálogo” com a pedetista, reconhecendo sua força política. Porém, aliados de Pretto afirmam que ele não abrirá mão de sua candidatura, complicando ainda mais a possibilidade de uma chapa conjunta.

Desafios nas negociações entre PT e PDT

O presidente do PDT, Carlos Lupi, deixou claro que não há a menor possibilidade de aceitarem Juliana Brizola como vice. “Esperamos reciprocidade, pois apoiaremos o PT na Bahia, no Ceará, no Rio Grande do Norte, no Piauí, estaremos juntos na maioria dos estados”, afirmou Lupi, demandando reconhecimento por parte do PT.

As negociações ainda envolvem o apoio do PT a Alexandre Kalil, recém-filiado ao PDT, para a disputa ao governo de Minas, e também a Requião Filho, deputado estadual e pré-candidato do PDT ao governo do Paraná. A possibilidade de acordo em Minas se tornou viável após o PSD, de Rodrigo Pacheco, ter filiado o vice-governador Mateus Simões, um adversário de Lula. Enquanto isso, Pacheco continua sendo o nome de preferência de Lula para liderar a campanha em Minas, embora ele insista que não pretende se candidatar.

Possíveis nomes para a chapa

Além de Kalil, o PT também está avaliando a possibilidade do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se candidatar ao Senado, embora ele pertença ao mesmo partido de Pacheco. A articulação de Edinho em torno de Kalil enfrenta resistência no diretório do PT em Minas, onde alguns membros defendem a composição com outros nomes, como o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Leite (MDB), ou o ex-senador Clésio Andrade (PSB).

No Paraná, Requião Filho anunciou um acordo com Enio Verri, atual presidente de Itaipu Binacional, para as eleições de 2026, com a intenção de que Verri ocupe uma das duas vagas ao Senado na chapa, enquanto o pedetista se lançará ao governo. Requião Filho deixou o PT no início do ano após desavenças com a direção nacional, mas as negociações ainda buscam acomodar outra ala do PT paranaense liderada pelo deputado Zeca Dirceu, segundo fontes.

Procurado pela reportagem, Edinho Silva não retornou os contatos. A articulação para a aliança foi um dos motivadores da desfiliação do ex-ministro Ciro Gomes do PDT, que optou por ficar na oposição ao governo Lula em seu estado, o Ceará. Ciro tem criticado a gestão atual do PDT e a situação de Lupi, que, embora não tenha sido investigado pela Polícia Federal, sofreu um desgaste considerável.

Entenda as disputas por estado

  • Rio Grande do Sul – O PDT lançou Juliana Brizola como pré-candidata ao governo, não abrindo mão de liderar uma aliança, enquanto o PT defende ter Edegar Pretto como seu candidato.
  • Minas Gerais – Alexandre Kalil, recém-filiado ao PDT, recebeu sinalização positiva do PT, mas há resistências internas e preferências por outros candidatos, como Rodrigo Pacheco.
  • Paraná – Requião Filho anunciou parceria com Enio Verri (PT) para a chapa de 2026 e ainda busca espaço para outra ala do PT sob a liderança de Zeca Dirceu.

Com as eleições de 2026 se aproximando, o cenário político entre PT e PDT continua em evolução. A construção dessas alianças será fundamental para ambas as siglas em um contexto eleitoral cada vez mais competitivo.

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