Um crime chocante abalou a cidade de Jaguariúna, em São Paulo, na noite de Natal. Caio César dos Santos Bartolomeu, de 18 anos, foi preso após matar seu padrasto, Leandro Flaeschen Moreira, de 41 anos, e ferir outras quatro pessoas na rua. A Polícia Civil informou que o incidente ocorreu por volta da meia-noite, quando o jovem, revoltado com o relacionamento entre Leandro e sua mãe, cometeu o ato brutal.
Motivo do ataque e suas consequências
De acordo com as informações, o desentendimento começou depois que Leandro desejou um feliz Natal para a mãe de Caio e trocou um selinho com ela. O ato aparentemente simples provocou a ira do enteado, que não aceitou a demonstração de afeto. Após esfaquear Leandro, que foi atacado de forma agressiva e rápida, Caio deixou a residência e continuou a violência na rua, atingindo aleatoriamente outras pessoas.
Uma das vítimas era a mãe de Caio, que tentou intervir na briga e acabou ferida nas mãos. O momento foi traumatico, não apenas para ela, mas também para a filha de Leandro, uma adolescente de 16 anos com autismo nível 2, que presenciou toda a cena. Segundo o boletim de ocorrência, a jovem ficou paralisada, sem conseguir reagir à tragédia que se desenrolava à sua frente.
A gravidade dos ferimentos
Após o ataque, as vítimas foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde receberam tratamento. Entre os feridos estavam dois homens, de 32 e 37 anos, e uma mulher de 28 anos. A mulher sofreu um ferimento no tórax, enquanto o homem de 32 anos foi atingido no braço e o de 37 anos, no pescoço. Todos receberam atendimento médico e foram liberados após a estabilização de seus quadros.
A prisão de Caio e sua condição após o ataque
Caio César dos Santos Bartolomeu foi preso em flagrante e indiciado por homicídio e lesão corporal. A Polícia Civil relatou que ele não conseguiu responder a perguntas durante o depoimento, provavelmente devido a efeitos de medicamentos que tomou após ser atendido na UPA. Uma faca e um par de luvas pretas foram apreendidos como evidências do crime, e o corpo do padrasto foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para os devidos procedimentos.
Impacto psicológico na família
O episódio trouxe à tona a discussão sobre a saúde mental e o apoio a famílias que lidam com questões de autismo. A adolescente que presenciou a cena traumática sofre de autismo nível 2, o que, segundo especialistas, pode levar a dificuldades significativas em lidar com estresse e emoções intensas. Joana Portolese, coordenadora do programa de diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) do Hospital das Clínicas, destacou que pessoas nesse nível podem enfrentar desafios adicionais em seu desenvolvimento e inclusão social.
Repercussão na comunidade
A cidade de Jaguariúna está em estado de choque após o crime. Moradores se manifestaram sobre a necessidade de mais apoio para famílias em situações semelhantes, além de discutir a falta de recursos para o tratamento de doenças mentais e transtornos de comportamento. O caso chamou a atenção da mídia local e gerou questionamentos sobre a prevenção de atos de violência dentro do lar.
À medida que as investigações continuam, a expectativa é que a história de Caio e das vítimas sirva de reflexão sobre a importância do diálogo e do suporte nas relações familiares, especialmente em épocas emblemáticas como o Natal.
Jaguariúna e suas comunidades esperam que o caso não se repita e que novas medidas sejam tomadas para garantir a segurança e o bem-estar de todos, reforçando a necessidade de um olhar mais atento às questões sociais e emocionais dentro da família.


