O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Luiz Phillippe Vieira de Mello Filho, convocou uma sessão extraordinária para a próxima terça-feira, a fim de julgar o dissídio coletivo entre os Correios e seus empregados. A decisão ocorre em meio à intensificação da greve na estatal, decretada em 16 de dezembro, após rejeição da última proposta de acordo pelos sindicatos.
Decisão e últimas negociações antes do julgamento
Os ministros do TST irão deliberar sobre as cláusulas do acordo coletivo dos funcionários dos Correios após uma última rodada de negociações marcada para segunda-feira, que visa evitar o julgamento. A reunião será uma última tentativa de acordo entre a estatal e as federações sindicais, em um momento de agravamento do movimento grevista.
Contexto da greve e propostas rejeitadas
Os trabalhadores reforçaram a greve a partir das 22h de 23 de dezembro, após 16 dos 18 sindicatos que representam a categoria recusarem a proposta da empresa. A oferta dos Correios previa uma recomposição salarial de 5,13%, a partir de janeiro de 2026, e uma cláusula de correção pela inflação (INPC) a partir de agosto do mesmo ano.
Críticas à proposta dos Correios
Entre os pontos criticados pelos sindicatos está o fim do ponto por exceção, que permite a flexibilização do controle de horas extras. A partir de agosto de 2026, a prática poderia ser encerrada, o que desagradou os representantes dos trabalhadores, que entendem que isso prejudica as condições de trabalho.
Medidas do TST e situação do efetivo
Nesta quinta-feira, o ministro Vieira de Mello Filho reiterou a determinação de manter ao menos 80% do efetivo nas agências, sob pena de multa diária de R$ 100 mil às federações sindicais. A decisão segue uma medida liminar já expedida em 18 de dezembro, que também garantiu a circulação de pessoas, bens e cargas nas unidades.
Impacto na operação postal
Dados recentes indicam que o índice de entregas no prazo, que já vinha caindo ao longo do ano, piorou em decorrência da greve. Em dezembro, a média nacional ficou abaixo de 70%, frente a 97,7% em janeiro de 2025, refletindo a crise financeira da companhia e a paralisação de centros logísticos importantes em capitais como Rio, São Paulo e Belo Horizonte.
Perspectivas futuras
O TST deu prazo de 24 horas para que as federações sindicalistas apresentem suas defesas no processo de dissídio, com a expectativa de uma resolução rápida dado o impacto social e econômico das paralisações. A decisão do tribunal deve definir o rumo do movimento e a continuidade dos serviços postais nos próximos dias.
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