Disponível em um contexto atual de salas de cinema vazias, o filme ‘Song Sung Blue’ ressurge como um verdadeiro crowdpleaser, retratando a trajetória de um duo de Milwaukee que conquista o público com uma homenagem a Neil Diamond. A obra, dirigida por Craig Brewer, apresenta uma história baseada em fatos reais, marcada por altos e baixos, esperança e redescoberta.
Um tributo à força da música e da perseverança na tela
O filme acompanha Mike e Claire Sardina — interpretados por Hugh Jackman e Kate Hudson — uma dupla que ganha destaque no circuito de shows de tribute nos anos 1990, tocando em festivais e abrindo shows para grandes nomes, como Pearl Jam. A história se consolida com a descoberta de uma nova forma de interpretar a música de Neil Diamond, indo além da simples imitação e abraçando a essência do artista.
Enquanto Mike, um ex-alcoólatra que busca reencontrar sua paixão pela música, enfrenta dificuldades pessoais, Claire sofre um grave acidente que a deixa fora dos palcos por meses, mergulhando sua família em um momento de crise. A narrativa se desenvolve com o reencontro dos personagens e a luta de ambos para superar os obstáculos, numa montagem que combina emoção, esperança e a força do talento.
Performance e narrativa: o coração do filme
Hudson brilha como Claire, trazendo uma interpretação sensível e madura que marca a essência do personagem — uma artista que quer viver toda a intensidade que a música oferece. Sua atuação ajuda a criar momentos visuais memoráveis, como uma sequência de sonho inspirada no estilo de David Lynch, onde a personagem emerge de seu cárcere emocional para brilhar no palco, numa performance de Patsy Cline.
Jackman, por sua vez, demonstra toda sua versatilidade, interpretando um personagem cheio de nuances — um entertainer com alma, que busca manter seu espírito vivo a cada apresentação. Sua cena de mensagem gravada em seu aniversário de 21 anos de sobriedade exemplifica sua energia generosa e a autenticidade do personagem, tornando-se um momento tocante do filme.
Recepção e impacto
Embora a trama siga alguns caminhos previsíveis, o filme consegue manter o espectador envolvido pelo seu apelo emocional e pelas interpretações destacadas. Brewer, que também assina o roteiro, consegue equilibrar drama e leveza, entregando uma narrativa que celebra a resiliência e o poder transformador da arte.
A produção resgata a importância de histórias humanas universais, onde o sucesso é conquistado com esforço, e a música funciona como um símbolo de esperança. Assim, ‘Song Sung Blue’ se consolida como uma obra que emociona e inspira, sendo uma experiência que vai além do mero entretenimento.
Segundo crítica de Stephanie Zacharek, da TIME, o filme é um “bittersweet feel-good movie”, uma combinação de uma narrativa comovente e performances genuínas que reafirmam o poder do cinema de criar conexões humanas profundas.



