Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Esquema milionário de desvio de recursos públicos em Turilândia

O município de Turilândia, situado no Maranhão, se encontra no centro de uma investigação que envolve o prefeito, seu vice, 20 vereadores e a primeira-dama, todos acusados de participarem de um esquema milionário de desvio de recursos públicos. Segundo o Ministério Público do Maranhão (MPMA), essa organização criminosa é responsável por desviar mais de R$ 56 milhões da cidade.

Desdobramentos da operação policial

O prefeito Paulo Curió, afiliado ao partido União Brasil, se apresentou à polícia em São Luís na manhã do dia 24 de dezembro, após permanecer foragido por dois dias. Além dele, a primeira-dama Eva Curió, a ex-vice-prefeita Janaina Lima e seu marido Marlon Serrão, entre outros, também se entregaram às autoridades. Dessa forma, todos os mandados de prisão em aberto foram cumpridos.

De acordo com informações da Operação Tântalo II, que foi deflagrada no dia 22 de dezembro, o grupo envolvido no esquema apresentava uma complexa rede de empresas fictícias utilizadas para desvio de recursos. O promotor do Gaeco, Fernando Berniz, afirmou que todos os vereadores da Câmara de Turilândia participavam do esquema, recebendo verbas desviadas diretamente ou por meio de parentes.

Impasse nas prisões dos vereadores

Embora a investigação tenha levado à emissão de mandados de prisão, não todos os vereadores tiveram suas prisões decretadas; onze deles conseguiram a conversão de suas prisões preventivas para domiciliar ou com uso de tornozeleira eletrônica. Os principais envolvidos, como o prefeito e a vice-prefeita, deverão cumprir as penas preventivas na Unidade Prisional de Ressocialização de Pedrinhas, em São Luís.

Como funcionava o esquema criminosa

As investigações detalham que o esquema era orquestrado pelo prefeito Paulo Curió, que contava com a cumplicidade da vice-prefeita Tânia Mendes e da ex-vice-prefeita Janaína Lima. Utilizando contratos fraudulentos com empresas de fachada como “laranjas”, o grupo desviava recursos públicos destinados a obras e serviços.

  • Entre as empresas identificadas estão:
  • Posto Turi
  • SP Freitas Júnior Ltda
  • Luminer Serviços Ltda
  • MR Costa Ltda
  • AB Ferreira Ltda
  • Climatech Refrigeração e Serviços Ltda
  • JEC Empreendimentos
  • Potencial Empreendimentos e Cia Ltda
  • WJ Barros Consultoria Contábil
  • Agromais Pecuária e Piscicultura Ltda

Participação de outros políticos e a família Curió

O MPMA identificou a ex-vice-prefeita Janaína Lima e seu marido, Marlon Zerrão, como peças-chave na trama de desvios. O Posto Turi, de propriedade de Zerrão, recebeu R$ 17.215.000,00 dos cofres públicos. Parte desse dinheiro tinha um destino particular: 10% dos pagamentos dos contratos eram desviados para a faculdade de medicina de Janaína Lima, enquanto 90% eram repassados ao prefeito ou a seu relacionamento pessoal.

A atual vice-prefeita, Tânia Mendes, também está sob investigação por supostamente receber valores de contratos municipais, incluindo pagamentos relacionados à emissão de notas fiscais falsas que ajudavam a fraudar a transparência das contas públicas. O envolvimento direto de sua família com a administração municipal levanta questões sobre a influência e os vínculos consolidam entre os políticos da região.

Consequências e repercussões da investigação

A Operação Tântalo II, que é um desdobramento da Operação Tântalo realizada anteriormente, resultou na execução de 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em várias cidades do Maranhão. Até o presente momento, a investigação aponta indícios de uma série de crimes, que incluem organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro, todos ocorrendo durante a gestão de Paulo Curió entre 2021 e 2025.

As ações do MPMA visam não apenas a punição dos envolvidos, mas também a restauração da confiança da população nas instituições públicas, que têm a responsabilidade de zelar pelo bem público. O impacto desta investigação pode reverberar não apenas em Turilândia, mas em todo o estado, reforçando a necessidade de um controle mais rigoroso sobre os gastos públicos e a administração pública local.

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