No último dia 24 de novembro de 2024, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), fez uma declaração pública sobre a apreensão de R$ 470 mil em espécie em seu apartamento, que está sendo investigada pela Polícia Federal. Em um vídeo transmitido pela plataforma de mídia social X, o deputado buscou esclarecer a origem do montante, que foi coletado durante a Operação Galho Fraco, com foco em possíveis desvios de recursos públicos relacionados à verba parlamentar.
A apreensão e os documentos apresentados
Em sua declaração, Sóstenes apresentou sua declaração de Imposto de Renda, cópias da escritura de uma casa e fotos do imóvel na tentativa de comprovar que o dinheiro apreendido é fruto da venda de uma propriedade situada em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. O parlamentar afirmou que o montante foi obtido de maneira lícita e que um comprador pagou R$ 500 mil à vista pela casa, um valor que, segundo ele, foi aceito após uma desvalorização do imóvel inicialmente avaliado em R$ 690 mil.
“Reitero a todos que me conhecem, o dinheiro é lícito, declarado, tudo conforme manda a lei. Tenho certeza de que depois de tudo esclarecido na Polícia Federal e junto ao ministro Flávio Dino, o dinheiro será devolvido, porque ele é de fonte lícita e transparente”, destacou Sóstenes em seu pronunciamento.
Investigação da PF e implicações legais
A Polícia Federal está investigando a atuação de Sóstenes e de outro deputado, Carlos Jordy (PL-RJ), no que diz respeito a supostos desvios de recursos públicos da cota parlamentar. De acordo com informações de Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal, os parlamentares podem ter se apropriado indevidamente de verbas através de assessores, que seriam utilizados em serviços para empresas como Harue Locação de Veículos Ltda. e Amazon Serviços e Construções Ltda.
Além dos documentos apresentados, os celulares de Sóstenes e de seu colega também foram apreendidos durante a operação, que é um desdobramento de uma ação anterior, a Rent a Car, iniciada em dezembro de 2023, visando desvendar crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Defesa e alegações de perseguição política
No encerramento de seu discurso, Sóstenes reafirmou sua inocência e sugeriu que está sendo alvo de uma perseguição política organizada por seus adversários. Ele não poupou críticas e mencionou o filho do ex-presidente Lula, o Lulinha, insinuando que ele não está disposto a oferecer a mesma transparência diante das autoridades.
“Afirmo que isso tudo é uma armação e vou provar que não tenho nada a esconder. É uma tentativa de deslegitimar o meu trabalho no Congresso”, finalizou o deputado, enquanto tentava transmitir segurança aos seus seguidores e ao público geral.
Repercussões e próximos passos
Com o desdobramento das investigações, a situação de Sóstenes Cavalcante, assim como de Carlos Jordy, permanece incerta. O andamento da operação pela Polícia Federal e possíveis novas evidências que possam surgir afetarão não apenas a reputação dos parlamentares envolvidos, mas também a forma como a população percebe a relação entre os representantes políticos e os recursos públicos.
Enquanto isso, a expectativa é que a investigação prossiga com rigor, garantindo que qualquer uso indevido de verba pública seja devidamente analisado e, se necessário, punido na esfera judicial, reforçando a importância da transparência e responsabilidade na administração pública.
Vale lembrar que os desdobramentos desse caso trazem à tona questões mais amplas sobre a ética na política brasileira, especialmente em tempos onde a sensação de desconfiança em relação a figuras públicas está em alta. Assim, o futuro político de Sóstenes e de outros envolvidos nesta operação será observado com atenção, à medida que mais informações forem divulgadas.

