Moradores do Norte e Nordeste do Brasil registraram, nos últimos dias, objetos luminosos cruzando o céu em alta velocidade. Embora muitos tenham interpretado o fenômeno como chuvas de meteoros, especialistas da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) explicam que as luzes são, na verdade, fragmentos de foguetes e satélites queimando ao reentrar na atmosfera terrestre.
O que causou o fenômeno?
O primeiro registro ocorreu na quinta-feira (22), em Caroebe, Roraima, quando moradores avistaram rastros brilhantes no céu noturno. De acordo com a Bramon, os fragmentos pertenciam a um foguete Electron, da empresa Rocket Lab, lançado da Nova Zelândia em 8 de fevereiro. Sua reentrada na atmosfera aconteceu 12 dias depois, às 22h, liberando destroços visíveis em diversas cidades de Roraima, incluindo Boa Vista, Alto Alegre e Bonfim.
No dia seguinte, um fenômeno semelhante foi observado em Alagoas. Especialistas apontam que, dessa vez, o lixo espacial veio de um satélite desativado da Starlink, empresa de Elon Musk.
Crescimento do lixo espacial
Com o aumento dos lançamentos de foguetes e satélites, eventos como esse estão se tornando cada vez mais frequentes. Segundo a Bramon, embora os objetos entrem na atmosfera de forma descontrolada, eles raramente oferecem riscos à população, pois se desintegram antes de atingir o solo.
“As reentradas de lixo espacial estão cada vez mais comuns e podem ocorrer sobre áreas habitadas, mas sem representar perigo significativo”, explicou a organização em comunicado.
O que esperar no futuro?
A tendência é que eventos como esse continuem ocorrendo com mais frequência, já que o número de lançamentos espaciais vem crescendo. Especialistas alertam para a necessidade de políticas globais para lidar com o aumento do lixo espacial, evitando impactos ambientais e riscos para futuras missões espaciais.