Na manhã desta quarta-feira, 24 de dezembro, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) deixou a prisão, onde estava detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde 22 de novembro. Às 9h29, ele saiu do local sob forte escolta e chegou ao Hospital DF Star, onde permanece internado para tratamento de saúde.
Internação e cirurgia programada
Bolsonaro, que está sob custódia policial, foi conduzido a hospital com um forte esquema de segurança, incluindo viaturas da Polícia Federal e apoio da Polícia Militar. Ele entrou na unidade de saúde pela garagem, onde foi montada uma operação para evitar qualquer tipo de aglomeração ou manifestação. No hospital, ele será vigiado por dois policiais na porta de seu quarto e contará com segurança adicional no acesso ao prédio, reforçando a proteção durante sua internação.
O ex-presidente passará o Natal no hospital, onde se prepara para uma cirurgia para reparo de duas hérnias inguinais, programada para quinta-feira (25 de dezembro). A data da alta permanece indefinida, dependendo dos resultados do procedimento e da recuperação.
Decisão do ministro Alexandre de Moraes
A cirurgia de Bolsonaro foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisou a solicitação após a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitir parecer favorável. A decisão do ministro se baseia em laudos da Polícia Federal, que identificaram a necessidade médica de intervenção cirúrgica. No dia 14 de dezembro, uma ultrassonografia havia revelado a presença das hérnias, levando à recomendação dos médicos para que o ex-presidente fosse submetido ao procedimento.
Detalhes sobre a segurança e transpote
Na decisão de Moraes, foram estabelecidas diretrizes rígidas sobre o transporte e a segurança de Bolsonaro, que devem ser garantidos pela Polícia Federal. As condições estipulam:
- O desembarque no hospital deve ocorrer de forma discreta e seguido de segurança adequada.
- Acompanhamento da esposa de Bolsonaro, Michelle, durante a internação, respeitando as regras do hospital.
- Proibição de eletrônicos, como celulares, no quarto hospitalar, exceto equipamentos médicos.
Além disso, as visitas ao ex-presidente estão limitadas e devem ser autorizadas judicialmente, visando preservar a segurança e a ordem durante sua estadia no hospital.
Bolsonaro e o histórico de saúde
Esta será a oitava cirurgia do ex-presidente desde o ataque de facada que sofreu em 2018 durante sua campanha eleitoral. A hérnia inguinal, conforme documentado por laudos médicos, não representa uma emergência, mas a condição de Bolsonaro tem se deteriorado, elevando o risco de complicações se o tratamento não for realizado rapidamente. O laudo da Polícia Federal fez menção à necessidade de cuidados urgentes, levando à autorização das cirurgias.
Desde sua prisão, Bolsonaro cancelou compromissos e entrevistas alegando problemas de saúde, o que trouxe à tona preocupações sobre seu estado clínico e a necessidade de cuidados médicos adequados, mesmo enquanto cumpre sua pena de 27 anos e 3 meses decorrente de condutas ligadas a um esquema golpista.
O que é a hérnia inguinal?
A hérnia inguinal é uma condição comum que ocorre quando uma parte do intestino ou outro tecido interno se projeta através de uma fraqueza na parede abdominal, na região inguinal. Essa condição normalmente se manifesta por meio de um caroço ou inchaço, podendo causar dor e desconforto. Diagnósticos recentes identificaram que a condição do ex-presidente evoluiu de uma hérnia unilateral para uma situação bilateral, afetando ambos os lados da região.
Em decorrência de a cirurgia ser eletiva, a intervenção foi agendada em conjunto com o sistema de justiça e saúde, enfatizando a importância do acompanhamento contínuo da saúde de Bolsonaro enquanto ele cumpre sua pena.
A cirurgia será realizada em um ambiente controlado, com todas as precauções de segurança necessárias, e após o procedimento, Bolsonaro deverá retornar à sua custódia na Polícia Federal, onde continuará a cumprir sua sentença.

