Um indígena paraguaio, de 19 anos, que estava desaparecido há quase dois meses, foi resgatado após ser encontrado perdido em uma mata em Novo Horizonte, município do interior de São Paulo. Com mais de 800 quilômetros de distância até sua tribo, a repatriação do jovem está sendo organizada pelas autoridades brasileiras em conjunto com sua família.
O resgate do jovem Liberato Benítez Cáceres
No dia 18 de dezembro, o indígena foi visto desorientado em uma área de mata próxima ao município de Novo Horizonte. Ele foi acolhido pela Casa do Caminho, um projeto assistencial localizado em São José do Rio Preto, que oferece apoio a imigrantes e a estrangeiros em situação de vulnerabilidade.
Segundo informações da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social, o jovem chegou a Novo Horizonte de carona e a pé. No centro social, ele recebeu atendimento médico, pois apresentava febre, além de receber alimentação, roupas e itens de higiene pessoal. Entretanto, os assistentes sociais enfrentaram dificuldades para se comunicar com o jovem, que fala apenas a língua guarani e não compreende português.
Desafio da comunicação e identificação
Sem documentos e sem conseguir se expressar em português, os assistentes sociais recorreram a redes sociais e à internet para tentar identificar a origem e o destino do rapaz. Após algumas pesquisas, encontraram uma reportagem de uma rádio paraguaia que falava sobre o desaparecimento de um jovem indígena da tribo de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, ocorrida no dia 30 de outubro.
Essa descoberta foi fundamental, pois permitiu que os assistentes entrassem em contato com a família de Liberato Benítez Cáceres, identificando-o oficialmente. Com essas informações, a secretaria municipal iniciou o processo de repatriação, que está programado para ocorrer na sexta-feira, 26 de dezembro.
Rumo ao reencontro familiar
De acordo com a secretária municipal Sandra Reis, a repatriação contará com a ajuda da Polícia Federal e de um grupo de abordagem que fará a escolta do jovem. Ele será levado até Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, cidade que faz divisa com a localidade natal de Liberato. Na cidade, o jovem poderá finalmente reencontrar sua família, após dois longos meses de incertezas.
A solidariedade e o trabalho em equipe desempenhado por diversas entidades e órgãos públicos foram fundamentais para que o resgate ocorresse de forma eficiente e humana. A mobilização destaca a importância de atender às necessidades dos imigrantes e populações vulneráveis, reforçando o compromisso da sociedade em cuidar dos mais necessitados.
Um caso que traz à tona a importância da proteção aos indígenas
O caso de Liberato Benítez Cáceres não é uma ocorrência isolada. Ele destaca os desafios enfrentados por indígenas que vivem em contextos urbanos, longe de suas terras ancestrais. A presença dessas comunidades na sociedade brasileira é muitas vezes invisibilizada, e situações como a do jovem ressaltam a urgência de políticas eficazes de proteção e acompanhamento para essa população.
As dificuldades de comunicação e as barreiras linguísticas revelam a importância de programas que promovam a inclusão social e cultural de indígenas no Brasil. É crucial que os serviços sociais, além dos sistemas de saúde e de segurança, estejam capacitados para atender essa população de forma sensível e informada.
Com o apoio de redes sociais e comunicação eficaz, o índio paraguaio poderá voltar para sua tribo e ser acolhido por seus familiares. Espera-se que esse caso sirva de alerta para que mais ações e políticas sejam implementadas em prol da proteção e respeito aos direitos dos povos indígenas, assegurando que sua cultura e identidade sejam valorizadas e preservadas.



