O Natal, celebrado todos os anos com luzes, músicas, cores e encontros familiares, vai além do que se vê e ouve. Para muitos, essa época do ano se transforma num espetáculo de consumo, onde a presença real de Jesus, o verdadeiro protagonista desta celebração, é relegada ao segundo plano.
O desafio de um Natal verdadeiro
O padre Renato dos Santos, da congregação Salesiana, alerta para o risco de o Natal se tornar apenas uma festa bonita, mas vazia de significado. Segundo ele, a sociedade contemporânea enfeita a data com presentes e ceias, mas muitas vezes esquece o mais importante: o nascimento do Menino Deus, que veio ao mundo nas condições mais humildes.
As armadilhas do consumismo
A transformação do Natal em um mero evento consumista traz consigo um desafio significativo: quanto mais se foca na aparência, mais distante se fica da essência. O brilho das vitrines das lojas pode ofuscar a simplicidade do presépio, e é nesse aspecto que o padre Renato destaca a importância de refletir sobre como estamos celebrando essa festividade. “Quando isso acontece, celebra-se o clima do Natal, mas não o seu mistério; festeja-se uma data, mas esquece-se da Encarnação”, enfatiza o sacerdote.
A importância do silêncio e da simplicidade
Renato nos lembra que a superação de um Natal artificial exige um movimento interior significativo. “Significa passar do barulho ao silêncio, da aparência à essência”, explica. É nessa busca pela essência que encontramos a verdadeira mensagem da Natal: Deus se fez carne e habitou entre nós, revelando Sua fragilidade, fazendo-nos recordar a dignidade de filhos e filhas de Deus.
O presépio como catequese
O presépio, que muitas vezes é relegado a um canto decorativo durante as festividades, é, na verdade, um potente mecanismo de catequese. “Ali aprendemos quem é Deus e quem somos nós”, ressalta o padre. O que se pode ver na manjedoura nos ensina sobre humildade, amor e acolhimento, valores que se tornam ainda mais relevantes em tempos de polarização e exclusão.
Compromisso com a dignidade humana
Celebrar um Natal verdadeiro implica também em um compromisso com a vida e com a dignidade humana. Neste espírito, o padre Renato conclama a todos a rever suas relações, curar feridas e estender a mão aos necessitados. “Celebrar o Natal sem compromisso com a vida e com a dignidade humana é esvaziar a Encarnação de seu significado mais profundo”, afirma.
O verdadeiro Natal é uma festa de amor
Segundo o padre, o maior desafio está em fazer uma celebração mais verdadeira e não apenas mais bonita: “Não é acrescentar mais luzes, mas permitir que a Luz do mundo ilumine nossas escolhas. Não é multiplicar presentes, mas acolher o maior dom já oferecido à humanidade: Jesus Cristo, Deus-conosco”, propõe ele. Somente quando o Menino de Belém ocupa o centro de nossas casas, comunidades e corações, o Natal se torna a verdadeira festa do amor que se fez carne para nos salvar.
Portanto, ao refletir sobre o significado do Natal, é vital buscar a essência da festividade, lembrando que a verdadeira celebração está no acolhimento de Jesus e em nossa disposição de agir com amor e solidariedade.
