A internação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal e ocorrerá sob um esquema de segurança rigoroso. O planejamento inclui restrições de acesso e controle direto da Polícia Federal tanto na saída da prisão quanto durante toda a sua permanência no hospital DF Star, em Brasília. Bolsonaro passará por exames e uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral.
Planejamento da internação
Bolsonaro será conduzido ao hospital na manhã desta quarta-feira. O trajeto deve ser feito de maneira discreta, com desembarque direto pelas garagens do hospital, evitando qualquer exposição pública. A Polícia Federal ficará responsável pela segurança durante a internação do ex-presidente.
A ordem judicial impõe uma vigilância ininterrupta na porta do quarto hospitalar, onde pelo menos dois policiais federais estarão permanentes, garantindo fiscalização 24 horas por dia. Além disso, a PF terá equipes de prontidão para aumentar o efetivo, caso julgue necessário.
Controle rigoroso no hospital
O acesso ao quarto também será rigidamente controlado. A entrada de celulares, computadores ou quaisquer dispositivos eletrônicos está proibida, exceto os equipamentos médicos essenciais para o tratamento. A fiscalização estará sob a responsabilidade exclusiva da Polícia Federal durante todo o tempo de internação.
No âmbito pessoal, a decisão permite a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante durante toda a internação. Contudo, qualquer visita adicional, inclusive de familiares próximos, dependerá de autorização judicial específica, restringindo o círculo de contato do ex-presidente enquanto estiver no hospital.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado a entrada de dois de seus filhos, Flávio e Carlos, que teve o pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Procedimentos médicos e expectativas
Do ponto de vista médico, o dia de hoje será dedicado à realização de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além do preparo pré-operatório. A cirurgia para a correção da hérnia está programada para a manhã de quinta-feira, dia de Natal, com duração prevista entre três e quatro horas, como informado pelo cirurgião Cláudio Birolini. A equipe médica comprometeu-se a fornecer boletins diários para atualizar o estado de saúde do ex-presidente durante o tratamento.
Além da correção da hérnia inguinal bilateral, os médicos também estão avaliando a necessidade de um bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento que pode auxiliar no controle das crises persistentes de soluços que Bolsonaro tem enfrentado nos últimos meses. O momento dessa intervenção será definido conforme a evolução clínica após a cirurgia principal.
Sobre a custódia e a pena de Jair Bolsonaro
É importante destacar que, na decisão, Moraes enfatizou que a autorização para a internação não altera o cumprimento da sentença de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente pela tentativa de golpe de Estado. O ministro ainda ressaltou que Bolsonaro mantinha “plenas condições de tratamento de saúde” mesmo sob custódia. O hospital foi escolhido por sua proximidade com a Superintendência da Polícia Federal, assegurando a segurança necessária e a execução da pena.
A expectativa da equipe médica é de que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias após a cirurgia, um período considerado necessário para o controle da dor, fisioterapia, prevenção de eventos trombóticos e acompanhamento do pós-operatório. A alta será direcionada pela evolução clínica do ex-presidente durante esse processo.



