Brasil, 23 de dezembro de 2025
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Motta explica inclusão de dispositivo de R$ 1,9 bi em emendas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta segunda-feira com o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar sobre a inclusão de um polêmico dispositivo no projeto do governo que propõe uma redução de 10% nas renúncias fiscais. Este dispositivo, que possibilita a revalidação de cerca de R$ 1,9 bilhão em restos a pagar de emendas parlamentares, gerou discussões e repercussões no Congresso.

Suspensão dos efeitos do dispositivo

O trecho em questão, classificado como um “jabuti” e revelado pelo GLOBO, teve seus efeitos suspensos por uma decisão liminar de Flávio Dino no último domingo. Durante a conversa, Motta explicou ao ministro que a inclusão deste trecho foi apresentada ao Legislativo como uma demanda atribuída ao governo, sendo levada às negociações pela Casa Civil. O argumento utilizado foi que esta medida buscava destravar obras públicas que estão em andamento ou paralisadas.

Preocupações com as obras públicas

Fontes próximas ao presidente da Câmara relataram que Motta expressou sua preocupação em preservar os restos a pagar, especialmente em projetos que já estão em andamento e que envolvem mais de dez ministérios. Essa preocupação se dá pelo risco de abandono definitivo de importantes empreendimentos. Na conversa, Motta ressaltou que o dispositivo tinha como objetivo enfrentar gargalos na execução orçamentária, buscando assegurar que os recursos destinados a essas obras sejam utilizados adequadamente.

Clareza sobre a participação do governo

Apesar da explicação fornecida por Motta, o Palácio do Planalto nega ter participado da articulação que resultou na inclusão desse dispositivo. Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva informaram que o Executivo não solicitou a inclusão do dispositivo mencionado, rebatendo a versão de que a Casa Civil teria pedido a revalidação dos restos a pagar. A situação gerou um debate interno, e o governo já considera vetar o dispositivo, mesmo com a suspensão dos efeitos do artigo determinada por Dino.

O papel do relator Aguinaldo Ribeiro

O dispositivo foi inserido pelo relator na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que atuou durante a tramitação do projeto do governo que visa reduzir as renúncias fiscais. Ribeiro já afirmou que o trecho foi incluído a pedido do Executivo, com a intenção de preservar os restos a pagar de emendas parlamentares, com especial atenção para obras que estavam em andamento ou paralisadas. No entanto, esse cenário ainda está envolto em controversies, à espera de uma definição mais clara.

Decisão de Dino e análises no Supremo

A decisão do ministro Dino foi baseada na avaliação de que a revalidação dos restos a pagar pode contrariar os parâmetros estabelecidos pelo Supremo para a execução das emendas parlamentares, especialmente considerando o recente fim do orçamento secreto e o fortalecimento das exigências de transparência e rastreabilidade. A situação, sem dúvida, suscita atenção redobrada de todos os envolvidos.

Próximos passos e posicionamento das partes

Na manhã de hoje, o ministro Flávio Dino ouviu os argumentos apresentados por Motta, mas afirmou a interlocutores que irá aguardar o posicionamento formal das partes no processo antes de qualquer manifestação adicional. A liminar que suspendeu os efeitos do dispositivo ainda será analisada pelo plenário do STF, e espera-se que uma decisão final traga mais clareza e diretrizes sobre a questão.

Com a perspectiva de mudanças no cenário orçamentário e as frequentes controvérsias no Congresso, a atuação de lideranças políticas e suas articulações se mostra crucial para o andamento das propostas e da execução das emendas parlamentares, impactando diretamente a gestão dos recursos públicos no Brasil.

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