Brasil, 23 de dezembro de 2025
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Cobre atinge novo recorde de R$ 12.000 por tonelada

O cobre, um dos metais mais importantes para a indústria global, alcançou um novo recorde histórico ao ultrapassar a marca de R$ 12.000 por tonelada, refletindo uma alta de 2% nas negociações da London Metal Exchange. Este aumento significativo preço vem em resposta a interrupções severas nas minas e desajustes comerciais relacionados à política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. Essa combinação levou o metal a seu maior crescimento anual desde 2009.

Fatores que impulsionam a alta do cobre

Nos últimos meses, o preço do cobre subiu mais de 33%. A incerteza gerada por possíveis tarifas sobre o metal nos Estados Unidos tem sido um dos principais motores dessa alta. Aumento nas importações norte-americanas tem causado uma verdadeira guerra de lances entre fabricantes em todo o mundo, que buscam garantir suprimentos adequados.

A situação de comércio global está tão deteriorada que, mesmo diante da queda do uso na China – que consome cerca de metade do cobre do mundo – os preços conseguiram continuar em alta. Isso se deve à expectativa crescente de que os preços do cobre continuarão a subir, já que os comerciantes estão enviando volumes ainda maiores do metal para os Estados Unidos, antecipando potenciais tarifas.

A crescente demanda por cobre e os desafios de suprimento

O cobre é considerado um termômetro da atividade industrial global. Sua importância aumentou com o avanço da infraestrutura verde, sendo essencial em veículos elétricos, melhorias em redes elétricas e energia renovável. Este ano, investidores têm apostado em um aumento ainda maior no uso do metal, especialmente em virtude das crescentes demandas da indústria de inteligência artificial. Contudo, as interrupções nas minas por toda a América, África e Ásia estão restringindo a oferta.

A combinação de aumentos nas apostas sobre o futuro do mercado de cobre e o pessimismo em relação à produção está criando uma preocupação de que o mercado estará à beira de um grande déficit, alimentando ainda mais as altas nos preços.

Interrupções na mineração impactam a produção

Em um exemplo emblemático, o complexo Kamoa-Kakula, na República Democrática do Congo – co-propriedade da Ivanhoe Mines Ltd. e Zijin Mining Group Co. – começou o ano com uma crescente produção. No entanto, um grande contratempo ocorreu em maio com a atividade sísmica que causou inundações em uma das minas subterrâneas. Por outro lado, em 31 de julho, uma explosão desencadeada na principal mina da Codelco, no Chile, resultou na morte de seis pessoas e causou uma paralisação das operações por mais de uma semana. Essa situação deve impactar severamente os esforços da mineradora estatal para se recuperar de um longo período de dificuldades.

Ademais, uma terrível deslizamento de terra em setembro na mina Grasberg, da Freeport-McMoRan Inc. na Indonésia, também encerrou as operações da mina. Algumas empresas de mineração já revisaram para baixo suas previsões de produção, enquanto o Deutsche Bank alerta que a produção dos maiores mineradores do mundo deve cair 3% neste ano.

Previsões de déficit no mercado de cobre

Embora os estoques globais ainda sejam suficientes, analistas do Morgan Stanley avisam que o mercado de cobre pode enfrentar seu déficit mais severo em mais de 20 anos no próximo ano, prevendo que a demanda superará a oferta em cerca de 600.000 toneladas. As previsões de escassez estão se tornando cada vez mais preocupantes, com muitos especialistas prevendo que a situação pode piorar nos próximos anos.

Os especialistas do Citigroup alertam que os preços poderiam atingir até R$ 15.000 em um cenário otimista, se o dólar se enfraquecer e as taxas de juros nos EUA caírem, aumentando ainda mais o apelo do cobre. Embora as instituições financeiras tenham feito previsões ousadas anteriormente, houve uma elevação considerável do preço que, no entanto, levanta dúvidas quanto à sustentabilidade do mercado.

Ainda assim, o cobre é considerado a principal escolha entre os metais industriais, e a Goldman Sachs já revisou suas previsões de preços para o próximo ano, estimando um valor de R$ 11.400 por tonelada.

O cenário atual apresenta uma intersecção de desafios e oportunidades, onde a alta dos preços do cobre pode ser tanto um reflexo das expectativas de crescimento quanto dos riscos latentes no fornecimento. Em meio a essa volatilidade, o que se pode concluir é que o cobre seguirá sendo um componente fundamental para o futuro industrial global.

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