O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (22) milhares de novos documentos ligados às investigações sobre Jeffrey Epstein, incluindo informações que associam o ex-presidente Donald Trump a voos no jatinho do condenado por abuso sexual. Entre os registros, há uma alegação de estupro envolvendo Trump, embora detalhes estejam parcialmente ocultos devido às extensas censuras nos documentos.
Viagens de Trump no jatinho de Epstein e referências a incidentes
De acordo com um e-mail divulgado, Trump teria viajado diversas vezes no avião particular de Epstein, “muito mais do que o divulgado anteriormente”. Os registros indicam que o ex-presidente voou pelo menos oito vezes entre 1993 e 1996, muitas delas acompanhado por Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein atualmente cumprindo 20 anos de prisão por tráfico de menores. Em uma ocasião, Trump viajou sozinho com Epstein e uma jovem passageira cujo nome foi censurado.
Outro documento relata uma conversação de 1995, na qual um motorista de limusine, cujo nome também foi ocultado, descreveu uma conversa alarmante com Trump. Segundo o relato, o então empresário teria mencionado o nome “Jeffrey” durante a ligação e feito referências a “abusar de alguma garota”.
Alegação de estupro e chamados de abuso sexual
Uma acusação de estupro contra Trump aparece em um arquivo da Polícia Federal (EFTA00020518), datado de outubro de 2020. Contudo, os detalhes da denúncia foram total ou parcialmente censurados. Uma declaração anônima afirma que Trump “me estuprou”, junto com Epstein, e descreve uma suposta cena de abuso na qual uma garota com um nome “engraçado” foi levada a um hotel ou prédio sofisticado, na narrativa censurada.
Críticas às censuras e controvérsias
Os documentos vêm acompanhados de vasta censura, incluindo a ocultação de nomes e endereços de e-mail, o que gerou críticas por sua quantidade e por limitar a compreensão completa das narrativas. Especialistas apontam que as informações ainda não esclarecem totalmente as possíveis conexões entre Trump, Epstein e Maxwell, mas reforçam as pistas sobre o envolvimento do ex-presidente em casos que permanecem sob investigação.
Repercussões e perspectivas futuras
A divulgação reforça o interesse público e a atenção às investigações sobre Epstein, que ganhou destaque após sua morte em 2019 enquanto cumpria prisão preventiva. Os próximos passos ainda dependem de análises adicionais, mas o conteúdo divulgado intensifica a pressão por transparência em um caso que envolve figuras públicas de alta relevância.
Especialistas afirmam que as informações reforçam a necessidade de uma investigação minuciosa para esclarecer eventuais vínculos entre figuras de destaque e o escandaloso esquema de abusos de Epstein, cujas obrigações legais ainda estão em andamento.
