O Natal, época de reflexão e renovação, também é um momento de reviver e reinterpretar as tradições que cercam o nascimento de Jesus. Este ano, Fábio Tucci Farah, ocupante da Cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Hagiologia, traz uma mensagem que nos convida a olhar com novos olhos para a cena do Natal, especialmente sobre a figura de uma mulher que frequentemente passa despercebida: Salomé.
Uma nova perspectiva sobre a Natividade
Após mais de duas décadas explorando a iconografia natalina, Farah se deparou com uma intrigante descoberta durante uma recente viagem, que o levou a questionar a presença de Salomé, uma parteira que, segundo algumas tradições, teria participado do nascimento de Jesus. A figura de Salomé, tradicionalmente conectada à mãe dos apóstolos Tiago e João, levanta reflexões sobre o papel das mulheres na narrativa bíblica e na história da salvação.
Salomé e a descoberta arqueológica
A primeira pista que chamou a atenção de Farah surgiu de uma escavação em Lachish, um local de importância histórica entre Jerusalém e a Faixa de Gaza. Arqueólogos encontraram uma caverna funerária que, durante séculos, havia sido um santuário dedicado a uma santa chamada Salomé. Essa descoberta resgatou o papel de uma mulher que não só esteve presente no momento do nascimento, mas que também poderia representar uma nova abordagem sobre a relação entre fé e testemunho na Natividade.
A parteira que testemunhou o extraordinário
O Protoevangelho de Tiago, um texto apócrifo do século II, menciona uma parteira que foi levada por São José a Belém. Ao chegar à gruta, ela se depara com o Milagre da Natividade: uma virgem dando à luz. A reação de deslumbramento e incredulidade que se segue é um convite à reflexão sobre a fé e a aceitação do divino em nossas vidas. Farah enfatiza que essa narrativa nos convida a sermos mais do que observadores, mas participantes ativos do mistério da vida.
O convite do Natal
Com a história de Salomé, Farah nos lembra que o Natal é um chamado à transformação pessoal. Todos somos convidados a tocar na divindade, assim como a parteira foi instruída. “Hoje é meu grande dia! Vi com meus olhos um novo milagre”, clama a testemunha do que é transcendente. Essa mensagem é um lembrete poderoso de que, independentemente de nossas dificuldades e incertezas, podemos encontrar alegria e prazer ao acolher o Menino Jesus em nossas vidas.
A relevância da fé nos dias de hoje
Poderíamos facilmente ignorar a figura de Salomé em nosso entendimento da Natividade, mas a história dessa mulher, com suas dúvidas e descobertas, é de uma relevância imensa nos dias de hoje. Em um mundo marcado por incertezas e desafios, somos convidados a reviver essa experiência natalina, não como meros espectadores, mas como protagonistas de nossos próprios milagres. O apelo de Farah é claro: “Basta tocarmos em Deus na manjedoura para sermos curados.”
Reflexões finais
Fábio Tucci Farah, ao revisitar a Natividade e trazer à tona a figura de Salomé, nos provoca a refletir sobre o significado do Natal. Esta época não deve ser vista apenas como uma celebração de tradições, mas como uma oportunidade de renovação espiritual e descoberta pessoal. As histórias das mulheres na Bíblia, assim como a de Salomé, nos desafiam a reconhecer que todos têm um papel no grande plano da vida, e cada um de nós é chamado a buscar a verdadeira felicidade e a alegria que vêm de um encontro íntimo com o divino.
Assim, Farah conclui sua mensagem de Natal com um desejo universal: “Feliz Natal a todos – e uma vida repleta de alegria e prazer celestiais!” Este convite à reflexão e ao acolhimento é um lembrete de que o verdadeiro milagre do Natal se revela quando abrimos nossos corações para as maravilhas de Deus.


