Cerca de 61 mil produtores rurais da região atendida pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) terão um ano a mais para quitar as parcelas da linha emergencial de crédito concedida ou renegociada em 2023. A prorrogação foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em reunião extraordinária e visa aliviar os impactos da seca.
Como funcionará a prorrogação?
As parcelas com vencimento em 2025 poderão ser pagas até um ano após o fim do contrato. Para isso, os produtores devem solicitar a prorrogação até 30 de junho diretamente nas agências bancárias, apresentando justificativa sobre as dificuldades financeiras enfrentadas.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida beneficiará 60.804 produtores, com um total de R$ 941,54 milhões em financiamentos. As operações contempladas incluem:
- 50.290 contratos de crédito rural de custeio
- 11.549 operações de investimento agrícola
Linha emergencial contra a seca
Em fevereiro de 2023, o CMN havia criado uma linha especial de crédito rural para custeio pecuário, destinada a produtores afetados pela estiagem na área da Sudene, que abrange todo o Nordeste e o norte de Minas Gerais.
A resolução do CMN de 2024 também permitiu a renegociação de operações de crédito rural de custeio e investimento financiadas pelo Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). Apenas produtores em municípios que decretaram situação de emergência ou calamidade pública puderam aderir.
Os financiamentos emergenciais ficaram disponíveis até 30 de junho de 2023, enquanto as renegociações do FNE puderam ser solicitadas até 30 de dezembro.
Alívio para o setor agropecuário
A prorrogação do crédito rural representa um alívio financeiro para os produtores que ainda enfrentam os efeitos da seca, permitindo que possam planejar melhor suas atividades sem o risco de inadimplência.
A medida faz parte de um conjunto de ações do governo para garantir a sustentabilidade da produção agrícola no Nordeste, região frequentemente impactada por longos períodos de estiagem.