Brasil, 23 de dezembro de 2025
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Ministério Público pede júri popular para acusados de assassinato de advogado no Ceará

No último dia 5 de dezembro, a tragédia na vida jurídica do Ceará chocou a sociedade após a morte do advogado criminalista Silvio Vieira da Silva, de 54 anos, em Fortaleza. O Ministério Público do Ceará (MP-CE) solicitou à Justiça que quatro indivíduos acusados de seu assassinato sejam levados a júri popular, evidenciando a gravidade do caso e a expectativa da sociedade por justiça.

O crime brutal e suas circunstâncias

O crime ocorreu em maio deste ano, quando Silvio foi atraído para o Bairro Genibaú sob a falsa promessa de receber uma quantia de R$ 4 mil. Ao chegar no local combinado, o advogado foi baleado pelos criminosos e morreu dentro de seu próprio veículo, um ato de violência que chocou a comunidade local e levantou questões sobre a segurança dos profissionais da advocacia.

Além do brutal assassinato, os bandidos furtaram os pertences da vítima, revelando a frieza que envolveu o crime. Uma das linhas de investigação sugere que o assassinato foi motivado pela incapacidade do advogado em conseguir a libertação de um chefe de uma facção criminosa, um fator que talvez tenha colocado sua vida em risco.

Denúncias e acusações

Até agosto, o MP já havia denunciado quatro indivíduos pelo crime, incluindo:

  • Breno Araújo Xavier, o “Blindado” – chefe da facção criminosa Comando Vermelho e mandante do crime;
  • Lucas Arruda Rolim – advogado que trabalhava com Silvio e que supostamente ajudou na execução do plano;
  • Pedro Guilherme Bandeira Lourenço, o “Lourim” – executor;
  • Francisco Robert Teixeira de Mesquita, o “Itapajé” – executor.

Após a prática do crime, Pedro e Robert foram presos algumas horas depois, em decorrência de uma denúncia anônima que revelou suas identidades. Lucas Arruda também foi capturado em julho, apesar de seus antecedentes criminais relacionados a organização criminosa e tráfico de drogas. Em contrapartida, Breno “Blindado” fugiu para o Rio de Janeiro e é considerado foragido, com um mandado de prisão em aberto.

Perspectivas legais

O pedido de júri popular se baseia nas provas coletadas durante o inquérito e ações do Ministério Público. Se o pedido for aceito, os réus serão julgados por crimes que incluem:

  • Homicídio “quadruplamente” qualificado (por motivo torpe, uso de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e uso de arma de fogo de uso restrito);
  • Organização criminosa armada;
  • Furto qualificado.

O caso prossegue em segredo de justiça e, com o recesso forense, sua tramitação será retomada em janeiro de 2026. A sociedade aguarda ansiosamente por desdobramentos e pela responsabilização dos envolvidos.

Quem foi Silvio Vieira da Silva

Silvio Vieira da Silva, formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), deixou um legado significativo no campo do Direito, especialmente na área criminal. Ele atuou como conselheiro seccional da OAB-CE para a gestão 2025-2027 e foi amplamente conhecido por sua atuação na defesa de policiais e em casos de grande notoriedade, incluindo a Chacina do Curió, que resultou na morte de 11 pessoas em Fortaleza.

Silvio também era advogado de defesa do professor Leonardo Nascimento Chaves, que foi acusado de contratar a morte de sua própria esposa. A atuação dele em casos de repercussão e sua dedicação à advocacia foram marcas de sua trajetória profissional, que foi abruptamente interrompida pela violência que abala a segurança dos advogados no Ceará.

A morte de Silvio Vieira não é apenas uma tragédia pessoal, mas um chamado de atenção para os desafios enfrentados por advogados em um ambiente de crescente criminalidade e violência. O caso é emblemático e reforça a necessidade de medidas efetivas para garantir a segurança dos profissionais que atuam na defesa da lei e da justiça.

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