O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está dando passos firmes rumo à sua candidatura ao Senado em 2026. A decisão de se desincompatibilizar do cargo, prevista para ser concretizada na segunda quinzena de fevereiro, após o Carnaval, está sendo moldada nos bastidores da política estadual. Castro acredita que a melhor estratégia é deixar o cargo o quanto antes para se dedicar integralmente à campanha e aproveitar a visibilidade que o período carnavalesco oferece.
Movimentações políticas em um cenário delicado
Nos últimos dias, Castro tem conversado com aliados sobre a situação política do estado, que enfrenta um cenário jurídico e policial complicado. Ele mantém a intenção de colocar Nicola Miccione, atual secretário da Casa Civil, em seu lugar. Segundo ele, essa escolha pode trazer mais estabilidade ao governo, uma vez que Miccione não tem ambições políticas que possam gerar tumulto na gestão.
Entretanto, a situação do governo do Rio é crítica. O vice-governador, Thiago Pampolha, renunciou para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, está sob monitoramento da Polícia Federal após ser preso e liberado com tornozeleira eletrônica. Essa reviravolta política deixa o futuro da governança em uma balança delicada.
Impasse jurídico e possível sucessão
A Constituição do Estado é clara: se o governo se tornar vago na metade do mandato, o presidente do Tribunal de Justiça assume o cargo temporariamente, o que gera mais incertezas sobre os próximos passos. Existe o entendimento de que, em caso de vacância, o novo presidente da Alerj, Guilherme Delaroli, não poderá assumir totalmente, dado seu status interino.
Aliados de Castro têm discutido que, caso o cargo fique vago, pode ocorrer uma eleição indireta pela Alerj, permitindo que não apenas deputados estaduais sejam candidatos, o que poderia abrir espaço para diversas figuras políticas no cenário. Essa articulação se torna ainda mais importante no ambiente político tenso que o estado enfrenta atualmente.
O futuro político de Castro e os desafios pela frente
Castro já está fazendo campanha por Miccione em círculos restritos, defendendo que ele pode ganhar apoio político suficiente para manter a estabilidade até o final do mandato. No entanto, para isso, ele precisa assegurar que ninguém desafie sua autoridade durante esse período de transição.
Outras alternativas, embora consideradas menos viáveis, também estão sendo discutidas. Há quem sugira que Castro poderia renunciar ao cargo e, assim, se afastar das pressões que enfrenta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governador, que também está em processo de cassação, busca maneiras de garantir sua candidatura sem a ameaça da inelegibilidade, que poderia afetar suas futuras ambições políticas.
No entanto, a estratégia mais corrente parece ser a de articular uma composição dentro do TSE que prolongue indefinidamente o julgamento de sua situação. Castro está em sua “maratona” para fazer lobby em Brasília, buscando assegurar que mais ministros solicitem vista do processo, adiando a conclusão e permitindo que ele se posicione como candidato ao Senado com mais segurança.
Com todas essas movimentações, fica evidente que a jornada política de Cláudio Castro está repleta de desafios e incertezas. O governador parece estar determinado a usar cada oportunidade para fortalecer sua posição no cenário eleitoral, nunca esquecendo que a política pode dar reviravoltas inesperadas a qualquer momento.



