A recente convocação de boicote à marca Havaianas por políticos de direita gerou um grande burburinho nas redes sociais e na esfera política. A provocação se intensificou após a exibição de um comercial que desagradou conservadores e acabou inspirando uma reação inusitada por parte da deputada federal Erika Hilton (PSol-SP). Neste domingo (21/12), ela usou a rede social X para comentar a situação, ironizando a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Erika Hilton e a ironia em relação ao boicote
Na ocasião, a deputada questionou: “Como assim os bolsonaristas tão cancelando até as Havaianas? Será que não serve direito nos cascos deles?” com um tom de provocação. Hilton reiterou que o uso de Havaianas é sinônimo de liberdade e de não estar “preso” a nada, em alusão à experiência de Bolsonaro durante sua prisão domiciliar, quando usava tornozeleira eletrônica. Em sua postagem, ela reforçou que “quem não gosta de vestir uma Havaianas, ficar bem livre e solta, sem nada preso ou apitando no tornozelo e ir pra onde quiser sem pedir autorização pra ninguém?”.
O comercial e a polêmica provocada
A controvérsia começou após a Havaianas lançar um comercial protagonizado pela atriz Fernanda Torres, que se destacou internacionalmente pelo filme “Ainda Estou Aqui”, que discute o período da ditadura militar no Brasil. No anúncio, Fernanda defende que devemos iniciar o novo ano com o “pé direito”, o que gerou descontentamento entre conservadores, levando a uma mobilização para o boicote à marca.
Figuras proeminentes do bolsonarismo, como Nikolas Ferreira, Luciano Hang e Eduardo Bolsonaro, não hesitaram em se manifestar contra a marca, incentivando seus seguidores a jogarem fora suas sandálias Havaianas como forma de protesto. O intuito é provocar um impacto financeiro na empresa, reflexo da polarização crescentemente evidente na sociedade brasileira.
A repercussão entre os usuários da marca
A campanha de boicote e as provocações feitas por políticos geraram diferentes reações nas redes sociais. Muitos usuários se demonstraram divididos. Enquanto alguns apoiam a ideia de boicotar a marca, outros mostraram seu descontentamento com a politicização de um produto tão emblemático e representativo da cultura brasileira. A polêmica gera discussões não apenas sobre a marca Havaianas, mas também sobre o clima político atual no Brasil, cada vez mais polarizado.
A Havaianas, sendo uma marca icônica com reconhecimento mundial, continua a defender sua posição, mantendo que seu compromisso é com os consumidores e com a promoção de valores que representam liberdade e autenticidade. O caso do boicote é mais uma demonstração da influência da política nas relações de consumo e na forma como os brasileiros se identificam com marcas e produtos.
O Pitaco dos internautas
Internautas deram suas opiniões, tanto a favor quanto contra a atitude de boicotar a marca. Muitos apontaram que o ato de cancelar uma marca por conta de um comercial é uma forma de banalização da liberdade de expressão. “Não posso acreditar que alguns estão levando a sério essa questão de boicote. Havaianas é um símbolo do Brasil!” comentou um internauta, enquanto outros se posicionaram a favor do cancelamento da marca, alegando que não querem apoiar empresas que promovem valores contrários ao que acreditam.
Impactos para a marca Havaianas
Serão os impactos do boicote capazes de refletir nas vendas da Havaianas? Essa é uma questão que, por enquanto, permanece sem resposta. O ato de cancelar marcas se tornou uma estratégia comum no mundo digital. Entretanto, a resistência à polarização é evidente entre consumidores que valorizam a marca por seu significado e suas raízes culturais.
Por fim, o que se pode concluir é que a crise envolvendo a Havaianas representa uma nova faceta do dilema político brasileiro e sua influencia nas escolhas dos consumidores. Oscilando entre amor e ódio, a marca certamente permanecerá no centro das discussões por muito tempo, refletindo a complexidade da sociedade brasileira contemporânea.
