O ouro superou US$ 4.400 a onça e a prata se aproximou de US$ 70, enquanto o mercado financeiro reage a tensões geopolíticas crescentes e à expectativa de dois cortes de juros pelo Federal Reserve em 2026. Esses fatores elevaram o desempenho anual dos metais preciosos a níveis não vistos há mais de quatro décadas.
Alta do ouro e da prata: fatores e perspectivas
O ouro avançou mais de 1,5%, atingindo uma cotação de US$ 4.412,94 por onça, registrando seu melhor desempenho do ano. A prata também disparou, subindo até 3,4%, negociada a quase US$ 69 por onça. Ambos os metais estão num ritmo de valorização possível de consolidar o melhor desempenho desde 1979.
Impulso de fatores macroeconômicos e geopolíticos
A valorização vem em meio às apostas de que o Federal Reserve fará dois cortes de juros em 2026, apoiados por sinais de que a economia dos EUA apresenta um crescimento fraco e inflação abaixo do esperado. Além disso, a alta nos preços dos metais é reforçada pelas tensões no cenário internacional, como o bloqueio dos Estados Unidos ao petróleo da Venezuela e ações militares na Ucrânia, que aumentam a procura por ativos de proteção.
Segundo especialistas, o aumento na demanda por ouro também reflete o movimento de bancos centrais e fundos de ETF, que têm comprado intensamente esses metais ao longo do ano. O ouro acumulou alta de quase 70% em 2025, sustentada por ações de Trump na política comercial e ameaças à autonomia do Fed, o que elevou sua reputação como refúgio contra a perda de valor de moedas e títulos públicos.
Dados e projeções para o mercado de metais preciosos
Dados do Conselho Mundial do Ouro indicam que as posições em fundos lastreados em ouro cresceram ao longo do ano, exceto em maio, refletindo o aumento do interesse de investidores institucionais e de emissores de stablecoins, como a Tether. O ambiente de baixa liquidez no final do ano também contribui para essa dinâmica.
Além do ouro e da prata, outros metais valorizaram-se significativamente. O paládio avançou mais de 4% e a platina, que acumula alta de aproximadamente 125% neste ano, atingiu níveis acima de US$ 2.000 pela primeira vez desde 2008, impulsionada por forte demanda na Europa e na Ásia.
Impacto das tensões internacionais
As tensões internacionais, incluindo o aumento das operações militares na Venezuela e o conflito envolvendo navios na região do Mar Mediterrâneo, reforçam o apelo de ouro e prata como ativos de proteção. A crescente incerteza geopolítica mantém o mercado atento a novos movimentos de compra e posicionamento de fundos e bancos centrais.
Previsões e tendências futuras
Instituições financeiras como o Goldman Sachs mantêm projeções de novas altas para o ouro em 2026, com cenário-base de US$ 4.900 por onça e riscos inclinados para cima. Especialistas destacam que, com o avanço da dívida global e o receio de perda de valor de moedas, o mercado de metais preciosos deve permanecer aquecido no próximo ano, com demanda sustentada por reservas físicas e investimentos.
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