O Congresso dos Estados Unidos encerrou o ano sem chegar a um acordo para prorrogar os subsídios do Affordable Care Act (Obamacare), deixando de fora uma extensão que beneficiou aproximadamente 22 milhões de americanos. A medida, que expira em 31 de dezembro, ameaça provocar um aumento imediato nos custos de planos de saúde e um crescimento na população sem cobertura.
Impactos imediatos e preocupações futuras
Com o fim dos subsídios, milhões de beneficiários do mercado de seguros terão seus pagamentos mensais de seguros do ACA dobrados ou até triplicados, devido à retirada dos créditos fiscais temporários. Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), essa interrupção pode deixar cerca de 4 milhões de americanos sem seguro — uma situação que pode se agravar nos anos seguintes, conforme alertam analistas.
Origem e extensão dos subsídios
Estes subsídios foram criados durante a pandemia de COVID-19 e estendidos pelos democratas em 2022. Para algumas famílias de baixa renda, eles possibilitaram cobertura gratuita ou quase gratuita, enquanto beneficiaram também quem ganha mais, reduzindo significativamente suas mensalidades. A expansão dos benefícios contribuiu para um aumento na adesão ao programa, especialmente em estados do Sul, tradicionalmente com menor cobertura de saúde.
Debates e expectativas no Congresso
Durante meses, os democratas pressionaram por uma nova prorrogação, tornando a questão uma peça central na disputa pelo financiamento do governo, que levou ao fechamento parcial do governo neste outono. Uma facção de democratas no Senado rompeu com o partido para garantir uma votação em dezembro, mas o Congresso deixou Washington sem realizar o pleito.
Resistência entre os republicanos
Enquanto isso, quatro deputados republicanos de distritos considerados marginais desafiaram a liderança do partido e assinaram uma petição para obrigar uma votação acelerada de uma extensão de três anos, que deve acontecer na semana de 5 de janeiro, quando a Câmara retomar suas atividades. Apesar do apoio, é provável que senadores republicanos bloqueiem a proposta, como fizeram com propostas similares anteriormente.
Cenário para o próximo ano
Mesmo com a possibilidade de a proposta passar na Câmara no início de janeiro, é esperado que ela enfrente resistência no Senado. No entanto, alguns congressistas acreditam que esse movimento possa abrir caminho para um entendimento bipartidário, levando à aprovação de uma lei definitiva de saúde. Mike Lawler, deputado republicano de Nova York, afirmou que, se a proposta chegar ao plenário, terá chances de passar e facilitar um consenso em duas câmaras.
Os próximos passos dependem das negociações no Congresso, que ainda não mostram uma solução definitiva para os milhões de beneficiários de subsídios de saúde.


