O Ministério Público do Rio de Janeiro anunciou a denúncia de Adilson Oliveira Coutinho Filho, mais conhecido como Adilsinho, por dois assassinatos ocorridos em outubro de 2022. Os crimes, que aconteceram com um intervalo de apenas dois dias, estão supostamente ligados à máfia dos cigarros ilegais, da qual Adilsinho é apontado como um dos líderes. As autoridades relatam que ele se encontra à frente de uma organização criminosa que opera não apenas no Rio, mas em outros estados brasileiros.
Detalhes dos crimes investigados
Os assassinatos que resultaram na denúncia envolvem as mortes de Fabrício Alves Martins de Oliveira, em 2 de outubro de 2022, e de Fábio Alamar Leite, que foi executado durante o enterro de Fabrício, no Cemitério de Inhaúma, dois dias depois. Os implicados nas mortes incluem José Ricardo Gomes Simões, Alex de Oliveira Matos e o policial militar Daniel Figueiredo Maia. As investigações indicam que as vítimas podem ter sido assassinadas por engano a mando de Adilsinho, sob a suspeita de estarem envolvidos no transporte ilegal de cigarros.
Motivação por trás dos assassinatos
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apurou que Fabrício e Fábio tinham emprestado caminhões de sua empresa de gelo a um terceiro, que pretendia utilizá-los para transportar cigarro. Essa ação desagradou a organização criminosa, levando-os a acreditar que as vítimas estavam competindo no tráfico ilegal. Essa disputa interna dentro da máfia resultou em uma série de mortes que também envolvem outros criminosos e milicianos.
Adilsinho como líder da máfia do cigarro
Adilsinho, segundo investigações da Polícia Federal, é considerado o chefe da máfia de cigarros ilegais no estado do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ser o mandante da morte de Alamar, motivado por sua participação na venda ilegal de cigarros. Além disso, outros dois homens, José Ricardo e Átila Deive Oliveira da Silva, também foram indiciados por seu envolvimento na execução de Alamar, tendo monitorado a vítima antes de seu assassinato.
Comunicações interceptadas
Mensagens interceptadas entre integrantes da quadrilha mostram um padrão de comunicação que liga José Ricardo a Adilsinho e sinalizam detalhamentos sobre as mortes. A polícia identificou que as células criminosas estavam atentas a outros alvos, refletindo uma operação extensa que envolvia monitoramento e execução de possíveis traidores ou concorrentes no tráfico de cigarros.
Defesa e repercussão
A defesa de Adilsinho, apesar das numerosas acusações, negou qualquer envolvimento de seu cliente nos crimes, afirmando que ele confia na Justiça para provar sua inocência. As investigações continuam em andamento, e novos desdobramentos são esperados à medida que as autoridades aprofundam a apuração sobre a máfia do cigarro e suas conexões no estado.
Cenário mais amplo da máfia de cigarros
A máfia dos cigarros no Brasil representa um problema crescente e desafiador para as autoridades. As operações de fiscalização e combate ao contrabando têm encontrado resistência organizada, além de fragilidades institucionais que acabam por favorecer a expansão de atividades ilegais, como o contrabando de cigarros. A situação é ainda mais alarmante quando associada a violência, com várias mortes ligadas a disputas por território e controle de mercado.
O caso de Adilsinho é emblemático e reflete como o crime organizado pode interagir com o sistema público, corrompendo estruturas e ameaçando a segurança da sociedade. À medida que as investigações avançam, a população deve estar atenta aos desdobramentos, que revelam a resistência e as estratégias empregadas por organizações criminosas para se manter no poder.
Segundo a Polícia Civil, novas prisões e acusações podem surgir à medida que as investigações se aprofundam. O combate à máfia do cigarro pode ser um passo essencial não apenas para a segurança pública, mas também para a recuperação econômica e social das áreas impactadas pelo crime organizado.


