Nesta sexta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) divulgou milhares de documentos e fotos relacionados à investigação criminal de Jeffrey Epstein, após intensa pressão pública. No entanto, grande parte do conteúdo divulgado apresenta páginas completamente cobertas por blocos pretos, suscitando questionamentos sobre a transparência do processo.
Filas de documentos com páginas redigidas reforçam desconfiança
Os arquivos, disponíveis para consulta online, incluem imagens de Epstein, sua propriedade, além de registros envolvendo figuras famosas, como o ex-presidente Bill Clinton e o músico Mick Jagger. Entre as fotos que viralizaram, uma mostra Clinton em uma banheira com uma pessoa cuja face foi censurada, enquanto outra exibe Jagger jantando junto com Clinton e Ghislaine Maxwell, envolta em uma aura de mistério.
No entanto, muitas imagens e páginas encontram-se totalmente cobertas por blocos pretos, dificultando a compreensão dos conteúdos. Segundo relatos nas redes sociais, incluindo um vídeo viral de uma repórter da CNN mostrando as páginas completamente censuradas, a maioria dos documentos apresenta uma alta porcentagem de redações.
Reação pública e clamor por transparência total
Usuários online manifestaram surpresa e insatisfação diante do que consideram uma tentativa de esconder informações importantes. Uma das frases que ganhou destaque na internet veio de Marjorie Taylor Greene, que publicou no X (antigo Twitter): “Meu Deus, o que há nos arquivos de Epstein? Divulguem todos os arquivos. É literalmente a lei.”
O apresentador Jake Tapper, da CNN, mostrou um exemplo da própria documentação, exibindo uma página de aproximadamente cem páginas totalmente cobertas por blocos pretos. “Essa é a transparência que estamos recebendo aqui”, criticou.
Debates sobre o próximo passo no caso Epstein
Especialistas e o público permanecem divididos: enquanto alguns acreditam que a divulgação parcial reserva segredos e protege interesses internos, outros defendem que a total transparência é essencial para a justiça.
Até o momento, o DOJ afirmou que a liberação faz parte de um processo de desclassificação gradual, com futuras inspeções e liberações mais completas. Portanto, há expectativa de que novas informações possam vir à tona em breve, ampliando o entendimento público sobre os casos envolvendo Epstein e seus associados.
O que esperar do desfecho
Analistas jurídicos ressaltam que a manutenção de páginas redigidas pode ser resultado de requisitos legais, sigilo ou proteção a informações sensíveis. Ainda assim, a legislação norte-americana prevê o direito do público ao acesso completo aos documentos. A pressão por abertura total deve continuar, alimentando debates sobre transparência e accountability na Justiça dos EUA.

