Brasil, 21 de dezembro de 2025
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O despertar de ex-fieis que abandonaram o “MAGA Christianity”

Para vários americanos criados em ambientes conservadores, a fé era inicialmente uma questão de convicção pessoal e comunidade, não de alinhamento político. Contudo, nos últimos anos, a linha entre crença e ideologia se tornou difusa, levando muitos a abandonar comunidades que misturaram religião e nacionalismo. Para esses ex-fieis, o processo de ruptura foi intenso e, muitas vezes, doloroso.

Como o “MAGA Christianity” se tornou uma estrutura de poder moral

Especialistas e ex-membros explicam que o que hoje é chamado de “MAGA Christianity” não representa apenas uma postura política, mas uma moralidade distinta — que prioriza a obediência à autoridade e o nacionalismo acima dos valores tradicionais cristãos de amor, serviço e comunidade, segundo Tia Levings, autora de A Well-Trained Wife. Essa visão distorcida, que associa fé a uma visão autoritária do mundo, tem se consolidado com o apoio de líderes religiosos que pregam desde o púlpito e conectam ações de fé às agendas partidárias.

Crusando a fé com a polarização política

De simpatizantes a questionadores

Processos de questionamento começaram a surgir quando fiéis passaram a ler as escrituras com uma nova perspectiva, reconhecendo que Jesus não pregava o nacionalismo nem o autoritarismo. Anna Rollins, autora de Famished, relembra sua infância em batista do sul, onde fé e patriotismo eram inseparáveis, mas, ao questionar esses vínculos, ela percebeu que a verdadeira essência do cristianismo não deveria estar alinhada a ideologias partidárias.

Por outro lado, Deirdre Sugiuchi, escritora que passou por uma reformulação religiosa após experiências traumáticas em um internato evangélico, alerta para o risco de a mistura de política e religião se transformar em uma espécie de culto. Sua narrativa ilustra como essas estruturas podem se tornar controladoras e abusivas, distorcendo a mensagem de Jesus.

O código de conduta autoritária e seu impacto

Segundo Levings, o “MAGA Christianity” é uma forma de fé ancorada em uma narrativa de autoridade e nacionalismo, onde líderes religiosos e políticos promovem um moralismo que reforça o consenso grupal e suprime o pensamento crítico. Essa combinação cria uma cultura de trauma, na qual muitos fiéis permanecem ligados por medo de perder o senso de pertencimento.

O que leva à saída

Para quem decide romper com esse ambiente, o caminho costuma passar por uma crise de identidade moral, motivada por dissonâncias entre os ensinamentos do Evangelho e a prática de grupos que promovem ódio, exclusão ou submissão à política extremada. Amy Hawk, ex-evangélica, descreve sua saída após perceber que a política tinha se tornado o centro de sua comunidade, ao passo que seu amor por Jesus foi ofuscado por um esforço de poder e controle.

O preço da libertação e os novos caminhos de fé

Deixar essas comunidades custou caro para muitos — o isolamento social, a perda de apoio comunitário e até familiares. Contudo, para alguns, essa separação é um passo necessário para uma fé mais autêntica e alinhada aos valores do amor e da justiça. Rollins destaca a importância de reconstruir a própria crença, livre de falsos discursos de moralidade ou nacionalismo.

Ela e outros enfatizam que é possível praticar uma fé cristã que rejeite o extremismo, convidando os fiéis a buscar comunidades que promovam a inclusão, a justiça social e a reflexão crítica. Sugiuchi reforça que a liberdade espiritual vem do reconhecimento de que a fé não precisa estar atrelada à opressão ou ao medo, mas deve oferecer esperança genuína e respeito à diversidade.

Perspectivas futuras para quem busca reconstruir seu caminho espiritual

As experiências desses ex-fieis evidenciam que sair de um espaço de fé distorcida exige coragem, mas também Planejar uma nova relação com a espiritualidade é possível — seja construindo comunidades abertas, lendo sobre trauma religioso ou apoiando-se em literatura que promova a cura. Como enfatiza Meredith, “Você pertence só por ser humano” — uma mensagem de inclusão que desafia os laços de exclusão criados por uma interpretação distorcida do cristianismo.

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