O Geoparque Corumbataí, localizado no interior de São Paulo, emerge como um importante projeto que visa destacar a geodiversidade da região. Com rochas que retratam a formação do Oceano Atlântico, fósseis com relevância internacional e paisagens que contam a história da Terra, o território tem potencial para se tornar um Geoparque Global reconhecido pela Unesco. A iniciativa é fruto da colaboração entre cientistas, o estado e a sociedade civil, com o objetivo de integrar a proteção ao patrimônio natural e cultural, promoção da educação e desenvolvimento sustentável.
As cidades que fazem parte do projeto
O projeto do Geoparque Corumbataí abrange uma série de municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí, incluindo Analândia, Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí, Ipeúna, Itirapina, Piracicaba, Rio Claro e Santa Gertrudes. Essas cidades são ricas em patrimônios naturais, como fósseis, trilhas e rochas sedimentares. Segundo Alexandre Perinotto, professor da Unesp de Rio Claro e coordenador científico do projeto, a proposta é colocar o interior paulista no mapa mundial da geodiversidade.
Etapas do projeto para o reconhecimento pela Unesco
Atualmente, o projeto está em fase de elaboração dos planos técnicos exigidos pela Unesco. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDHU) informou que o Plano Regional Integrado de Turismo da Serra do Itaqueri e do Geoparque Corumbataí é estruturado em duas fases. A primeira consiste no desenvolvimento de documentos essenciais, como o Plano de Gestão e o Plano de Geoturismo. Já a segunda fase abrange a criação do Plano de Comunicação e Identidade Visual, que pretende consolidar o conhecimento sobre a importância do geoparque.
Desafios para a realização do Geoparque
Um dos principais desafios enfrentados pelo Geoparque Corumbataí é a articulação política e a continuidade da administração entre as prefeituras envolvidas. O apoio do poder público e o engajamento da comunidade são cruciais para a execução do projeto. Perinotto destaca que, para o reconhecimento da Unesco, é necessário apresentar uma base científica robusta e uma série de patrimônios internacionais, como o fóssil do Mesossaurus, um réptil que viveu há 270 milhões de anos, encontrando-se tanto no interior de São Paulo quanto na África do Sul.
Importância do selo da Unesco
O selo da Unesco é fundamental para conferir ao Geoparque Corumbataí um certificado de qualidade e reconhecimento internacional. Como explica Perinotto, este reconhecimento não apenas impulsiona a conscientização sobre a preservação ambiental, mas também traz benefícios econômicos significativos para a região. Com a vinda de turistas interessados em conhecer as belezas naturais e históricas locais, o setor de serviços, incluindo hotéis e restaurantes, tende a florescer. O exemplo do Geoparque de Arouca, em Portugal, ilustra bem esse potencial, pois a região voltou a atrair visitantes após o reconhecimento de seus patrimônios naturais.
Um futuro promissor
O cronograma para a conclusão do projeto do Geoparque Corumbataí envolve a entrega do dossiê com a documentação necessária em 2027 e a avaliação pela Unesco nos dois anos seguintes. Se tudo transcorre conforme o planejado, o território poderá ser oficialmente reconhecido como um Geoparque Global em 2029. Este prêmio não apenas validará o trabalho dos envolvidos no projeto, mas também abrirá novos horizontes para o turismo e a educação ambiental na região.
Enquanto isso, a iniciativa continuará a fomentar a importância do patrimônio geológico e cultural nas comunidades locais, promovendo um sentimento de pertencimento e orgulho entre os moradores. À medida que o projeto avança, espera-se que mais pessoas se envolvam nas atividades e iniciativas do Geoparque Corumbataí, participando de uma jornada que une ciência, cultura e natureza, narrando a bela e complexa história da Terra e de nosso planeta.
O Geoparque Corumbataí não é apenas um sonho em construção, mas uma promessa de desenvolvimento sustentável e valorização da riqueza natural do interior paulista.


