No último sábado (20/12), o ex-vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) expressou seu descontentamento nas redes sociais após o Tribunal de Justiça de São Paulo permitir que Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa do PCC, passe as festas de fim de ano fora da prisão. Enquanto isso, seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cumpre 27 anos e 3 meses de pena na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal, consequência de sua conexão com uma trama golpista.
A liberação de Japa do PCC
Carlos Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X sobre a autorização para que Japa, presa por acusações de lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa, passe as festividades na casa de sua mãe em Santos, litoral paulista. Japa está detida desde fevereiro de 2024 e sua liberação gerou um debate acalorado nas redes sociais.
É TUDO SÓ COINCIDÊNCIA….. pic.twitter.com/px8R3Z3S5D
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) December 20, 2025
Neste tuíte, Carlos insinuou que a situação é estranha e que a liberação de uma pessoa envolvida com o crime em contrapartida à prisão do ex-presidente não é coincidência, mas sim um reflexo das injustiças do sistema judicial.
O que diz a legislação sobre a saidinha de Natal?
Por sua vez, Carlos fez referência à chamada “saidinha de Natal”, um benefício que permite que presos possam sair temporariamente das unidades prisionais durante as festividades. Entretanto, esse benefício é limitado a condenados que se encontram em regime semiaberto, o que não se aplica no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, a saidinha é regulamentada pela Lei nº 14.843/2024, que restringiu ainda mais as condições para que os presos possam usufruir desse direito. A nova legislação torna explícito que condenados por crimes hediondos, praticados com violência, estão excluídos dessa possibilidade. No caso de Jair Bolsonaro, sua condenação inclui crimes como organização criminosa armada e golpe de Estado, que incorrem em grave ameaça e, portanto, inviabilizam qualquer chance de saída temporária, mesmo que ele estivesse em regime semiaberto.
Futuro de Jair Bolsonaro
Embora não tenha direito à saidinha de fim de ano, o ex-presidente deverá ser transferido para um hospital particular em Brasília nos próximos dias, para a realização de uma cirurgia que já foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, ainda não há previsão de datas para esse procedimento.
A decisão do STF de permitir essa cirurgia levanta novos questionamentos sobre as condições de saúde do ex-presidente e a estrutura do sistema prisional brasileiro, que oculta muitos casos de injustiça e desigualdade.
Repercussão nas redes sociais
A ironia de Carlos Bolsonaro gerou repercussão nas redes sociais, levando os internautas a comentarem sobre as disparidades no tratamento do sistema judicial. Muitos usuários se mostraram solidários à indignação do ex-vereador, enquanto outros defenderam a aplicação imparcial da justiça, independente de nomes ou sobrenomes. A discussão também trouxe à tona as lacunas da legislação penal brasileira, que nem sempre garante um tratamento justo para todos os presos.
As celebrações de fim de ano, tradicionalmente, são momentos emotivos e significativos para as famílias, e em casos como o de Jair Bolsonaro, a falta da “saidinha” pode intensificar a tensão e a incerteza que a situação atual representa para seus familiares e apoiadores.
Esta situação é um lembrete da complexidade e das controvérsias que envolvem o sistema penal brasileiro, principalmente em casos de figuras públicas que estão em posição de destaque. O debate continua, refletindo as opiniões variadas dos cidadãos diante das normas judiciais que parecem ser aplicadas de forma desigual.
Assim, a expectativa é que os desdobramentos deste episódio sejam cuidadosamente observados e debatidos, pois eles tocam em temas sensíveis e importantes para a sociedade brasileira.


