Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Prioridade do Mercosul: combate ao crime organizado, diz Lula

No último sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a Cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que enfrentar o crime organizado deve ser uma das principais prioridades do bloco composto por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Segundo Lula, essa questão transcende as diferenças de perfil político entre os países membros e é crucial para a segurança e proteção das democracias sul-americanas.

A importância da união contra o crime

Lula enfatizou que o enfraquecimento das instituições democráticas é um dos principais fatores que facilitam a atuação de organizações criminosas. Em seu discurso, ele destacou diversas iniciativas que estão sendo implementadas em colaboração com outros países da América do Sul. “A segurança pública é um direito do cidadão e um dever do Estado, independentemente de ideologia. O Mercosul demonstrou disposição de enfrentar as redes criminosas de forma conjunta”, afirmou.

O presidente também relembrou a fundação de uma instância de autoridades especializadas em políticas contra as drogas e a recente assinatura de um acordo contra o tráfico de pessoas. A criação de uma comissão para desenvolver uma estratégia comum contra o crime organizado transnacional e um grupo de trabalho voltado à recuperação de ativos foram outras iniciativas mencionadas por ele, visando asfixiar as fontes de financiamento das atividades ilícitas.

Regulamentação dos ambientes digitais

Além das medidas já adotadas, Lula defendeu a regulação dos ambientes digitais como uma forma de combater o crime. Ele anunciou a intenção de realizar uma reunião internacional com ministros de segurança para discutir o tema. “Concordamos que a internet não é um território sem lei e adotamos medidas para proteger crianças e adolescentes e dados pessoais em ambientes digitais”, destacou.

Violência de gênero como desafio regional

No que diz respeito à violência de gênero, Lula abordou o alarmante número de feminicídios na América Latina, região que tem a taxa mais alta de violência contra mulheres do mundo. Com dados alarmantes da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que revela que 11 mulheres são assassinadas diariamente na América Latina, o presidente enviou ao Congresso Nacional um acordo para que mulheres sob proteção em um país do Mercosul possam receber a mesma defesa nos demais países do bloco.

Lula também propôs ao novo presidente do Mercosul, o Paraguai, que seja criado um grande pacto do bloco para o enfrentamento do feminicídio e da violência contra as mulheres, reforçando a importância de medidas conjuntas na proteção e defesa dos direitos femininos na região.

Risco de conflitos militares e defesa da democracia

Outro ponto debatido pelo presidente durante a Cúpula foi a preocupação com a ameaça de um conflito armado na América do Sul, em face da possibilidade de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. Lula alertou que a militarização da região poderia desencadear uma catástrofe humanitária e um novo ciclo de violência.

“Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, ressaltou Lula, defendendo a necessidade de uma doutrina de paz na América do Sul.

Além disso, o presidente fez um apelo pela defesa da democracia na região, ressaltando a importância das instituições brasileiras que, segundo ele, foram capazes de evitar uma tentativa de golpe de Estado há quase três anos. “A democracia brasileira sobreviveu ao mais duro atentado sofrido desde o fim da ditadura”, afirmou, frisando que os culpados pela tentativa de golpe foram devidamente investigados e punidos, marcando um momento de acerto de contas com o passado no Brasil.

A Cúpula do Mercosul, portanto, não apenas destacou os desafios enfrentados pela região no combate ao crime organizado e à violência de gênero, mas também reafirmou a necessidade de cooperação e articulação entre os países para garantir a paz e a segurança no continente.

Para mais informações, acesse: Agência Brasil.

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