Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Presidentes do Mercosul discutem adiamento do acordo com a UE em Foz do Iguaçu

Os presidentes do Mercosul se reuniram neste sábado em Foz do Iguaçu, no Paraná, para discutir o adiamento do acordo de livre comércio com a União Europeia, uma negociação que já perdura há um quarto de século. A expectativa é de que a assinatura seja concretizada em janeiro, após atrasos causados por opositores na Europa, principalmente na França e na Itália.

Adiamento e perspectivas do acordo Mercosul–UE

A assinatura do tratado, originalmente prevista para o encontro dos mandatários de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, foi adiada para janeiro, diante da resistência de agricultores europeus. Segundo informações de fontes diplomáticas, a nova data estaria marcada para 12 de janeiro no Paraguai, que assumirá a presidência rotativa do bloco após o Brasil.

Porém, o chanceler paraguaio, Rubén Ramírez, afirmou que ainda não recebeu confirmação oficial desta nova data. “Estamos dispostos a avançar, entendendo que a Europa tem seus prazos internos, mas esses não podem ser infinitos”, declarou após reunião com seus pares do bloco.

Pressões e expectativas dos países do Mercosul

Os chanceleres da Argentina e do Paraguai também pressionaram o bloco europeu para uma assinatura mais rápida, reforçando a importância do acordo para a integração regional. O chanceler argentino, Pablo Quirno, destacou a necessidade de revisar as prioridades do Mercosul, buscando resultados mais ágeis e concretos nas negociações externas.

Apesar do impasse, as lideranças do Mercosul continuam buscando novas parcerias comerciais. O chanceler paraguaio mencionou intenções de aproximações com o Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), visando ampliar a influência e os contatos do bloco.

Reunião e perspectivas futuras

Além do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro em Foz contou com a presença do presidente argentino Javier Milei, do presidente paraguaio Santiago Peña, do uruguaio Yamandú Orsi e do panamenho José Raúl Mulino. A reunião também atraíu a atenção pela possível ocasião de um encontro entre Milei e Lula, duas lideranças com diferenças ideológicas marcantes.

O representante argentino, Milei, chegou ao encontro poucos dias após publicar um mapa controverso nas redes sociais, que retratava o Brasil e outros países considerados de esquerda na região como uma grande favela. Já a Argentina, sob a nova extrema-direita, busca consolidar sua posição ao lado de países como Chile, onde a direita fez avanços eleitorais recentes.

Questões comerciais e tensões internas

Enquanto o atraso na assinatura do acordo com a Europa acirra tensões internas, os agricultores europeus, especialmente na França e Itália, manifestam preocupação com a chegada de produtos mais competitivos do Mercosul, como carne, arroz, mel e soja, devido a normas de produção menos rigorosas.

Em meio às dificuldades, o bloco sul-americano intensifica esforços para fortalecer relações com outros mercados globais, buscando alternativas que possam garantir crescimento econômico e estabilidade política.

Expectativas e próximos passos

O governo e os líderes do Mercosul aguardam a confirmação oficial de uma nova data para a assinatura, que deverá ocorrer em 12 de janeiro, no Paraguai. A reunião deste sábado reforçou o compromisso de avançar na integração econômica, apesar dos obstáculos atuais.

Para jornalistas e analistas, a próxima semana será decisiva para consolidar o acordo com a União Europeia ou, pelo menos, definir um calendário mais claro para sua assinatura, que deve impactar as estratégias comerciais do bloco no próximo ano.

Leia mais sobre o tema em O Globo.

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