Na manhã desta sexta-feira (20), durante a cúpula do Mercosul em Assunção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a demora da União Europeia para concluir o acordo comercial com o bloco sul-americano, que já se estende há 26 anos. Lula afirmou que o Brasil e os demais integrantes do Mercosul continuam aguardando uma definição da UE, prevista agora para janeiro, e reforçou que o bloco irá buscar novas parcerias internacionais, citando países como Índia, Canadá e Japão.
Lamentação pela indefinição da Europa sobre o acordo
Durante sua fala, Lula ressaltou a importância de uma vontade política do lado europeu para avançar nas negociações. “A indefinição da União Europeia tem trazido prejuízos à nossa economia e ao fortalecimento do comércio bilateral”, afirmou o presidente. Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores, o impasse ocorre principalmente por questões relacionadas às demandas ambientais e de proteção à agricultura europeia.
O acordo, que combate há décadas as dificuldades de acesso dos produtos sul-americanos ao mercado europeu, foi retomado em 2021, mas enfrentou obstáculos até o momento. Especialistas avaliam que a demora prejudica não só as negociações comerciais, mas também o alinhamento político entre os blocos.
Busca por novas parcerias internacionais
Ante a indefinição na União Europeia, Lula deixou claro que o Mercosul pretende ampliar suas alianças globais. “Precisamos diversificar nossos parceiros comerciais e políticos para fortalecer o bloco”, afirmou. O presidente destacou países como Índia, Canadá e Japão como exemplos de nações com potencial para estabelecer novas parcerias econômicas e estratégicas com o Mercosul.
Segundo analistas do setor internacional, essa estratégia visa também fortalecer a posição do bloco nas negociações bilaterais e multilaterais, diante do cenário de incertezas na relação com a UE. “A diversificação de mercados é fundamental para garantir maior autonomia e estabilidade econômica ao Mercosul”, avalia a professora Ana Paula Mendes, especialista em relações internacionais da Universidade de São Paulo.
Repercussões e perspectivas futuras
Lula destacou que o objetivo do bloco é avançar em acordos comerciais que possam beneficiar a todos os países membros, sobretudo no contexto de uma economia global cada vez mais multipolar. A expectativa é de que, ao longo do próximo ano, novas negociações sejam intensificadas com os países citados, fortalecendo o protagonismo do Mercosul no cenário internacional.
O observador internacional Pedro Almeida comenta que a postura de Lula reforça a estratégia de o Brasil assumir uma liderança mais ativa na política externa do Mercosul, buscando alternativas diante da paralisação nas negociações com a UE. “A busca por novas parcerias é uma demonstração clara do desejo de ampliar os horizontes do bloco”, conclui.



