No último dia 20, o jovem João Lucas Campelo, de apenas 16 anos, recebeu uma visita especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em sua residência em Teresina. A ocasião foi marcada pela entrega de uma medalha simbólica, um gesto de reconhecimento pela força e coragem que o adolescente tem demonstrado após um grave incidente que o deixou tetraplégico em dezembro de 2024.
A tragédia na escola
O triste acontecimento ocorreu no dia 4 de dezembro de 2024, dentro de uma escola particular na capital. João Lucas foi atingido por um tiro disparado pela sua ex-namorada, uma jovem de 17 anos que também estudava na mesma instituição. O disparo aconteceu no refeitório, onde estavam apenas os dois e uma funcionária da cantina. Em uma reconstituição da cena, o delegado Tales Gomes relatou que o tiro acertou a boca do jovem e ficou alojado na coluna, resultando em graves consequências para sua saúde.
Após o incidente, a jovem fugiu do local, deixando a arma sobre uma mesa. Ela se refugiou em um estabelecimento próximo, onde confessou o que havia feito, e foi apreendida pela Polícia Militar. A arma utilizada no crime, que pertencia ao pai da adolescente, um policial militar, foi confiscada. Além disso, uma faca do tipo peixeira foi encontrada na mochila da jovem, o que gerou uma sindicância por parte da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí.
Visita da PRF e reconhecimento da luta
Em um gesto de apoio e solidariedade, o superintendente da PRF no Piauí, Fabrício Loiola, fez questão de visitar João em sua casa. A visita, além de simbólica, representou a realização de um sonho do adolescente: tornar-se um agente da PRF. Com a medalha recebida, João Lucas foi homenageado como um verdadeiro guerreiro, uma inspiração para todos que conhecem sua história de superação.
“Visitamos o João, um guerreiro que todos conhecemos pela sua história, e que segue enfrentando um desafio gigante, mostrando, a cada dia, uma força que inspira todos nós”, declarou Fabrício, destacando a importância de transmitir apoio e esperança ao jovem.
Reação da família e o impacto emocional
Cleytiana Campelo, mãe de João, compartilhou como foi o momento da visita. A emoção foi palpável, e o jovem, mesmo limitado pela condição de saúde, fez o possível para se comunicar com os policiais através de sons e expressões. “Ele ficou super feliz. Pelo olhar, pela expressão, ele tentou se comunicar com os policiais fazendo sons. Ele foi dormir às 21h, e geralmente ele dorme mais cedo. Ficou todo o tempo acordado e conectado”, disse Cleytiana, emocionada com a interação entre o filho e os policiais.
Com o apoio da família e da comunidade, João Lucas recebeu alta em abril de 2025 para continuar seu tratamento em casa, com suporte de home care. Seu testemunho de coragem e resiliência continua a tocar a vida de muitos, e seus sonhos, apesar de desafiados, ainda são mantidos vivos pela força de vontade do adolescente.
A importância da prevenção e proteção nas escolas
Este caso levanta importantes questões sobre a segurança nas escolas e a proteção dos jovens. Após o incidente, as autoridades educativas e de segurança foram pressionadas a agir em prol da prevenção de atos de violência dentro do ambiente escolar. É fundamental que pais, educadores e as instituições trabalhem juntos para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes.
Representantes da PRF e órgãos públicos têm promovido discussões sobre a importância da conscientização e da educação em relação à violência entre jovens, buscando implementar medidas efetivas de prevenção e apoio aos estudantes e suas famílias.
A história de João Lucas Campelo é um forte testemunho da luta diária que muitos jovens enfrentam em situações de violência. Ao mesmo tempo em que emociona, ela também serve de alerta para a sociedade, demonstrando a urgente necessidade de proteção e cuidado com as futuras gerações.
Para mais informações sobre o caso e as ações da PRF em suporte a vítimas de violência, acompanhe as atualizações no portal do g1 Piauí.


