Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Candidato cego reclama de prova errada no Enem

No último Enem, um caso envolvendo um candidato cego trouxe à tona questões importantes sobre acessibilidade e inclusão no sistema educacional brasileiro. Alison, que já enfrentou desafios significativos devido à sua condição, descreve uma situação frustrante na qual recebeu o caderno de provas inadequado para suas necessidades específicas, levantando a discussão sobre a responsabilidade das instituições de ensino em garantir que todos tenham as mesmas oportunidades durante avaliações importantes.

Erro no fornecimento do caderno de provas

Alison deveria ter realizado sua prova utilizando o Caderno do Ledor – Caderno 9 (laranja), projetado especificamente para atender às exigências de alunos com deficiência visual. Este caderno contém descrições completas de imagens, gráficos, tabelas e figuras, fundamentais para que um leitor possa auxiliar adequadamente o candidato durante o exame. No entanto, o que ocorreu foi uma verdadeira falha no processo: Alison recebeu o Caderno 11 (laranja) Superampliado (Macrotipo 24). Este caderno é impresso com letras ampliadas e imagens maiores, mas não apresenta as descrições textuais essenciais para a realização da prova por um candidato cego.

Consequências para a avaliação do estudante

Essa situação levantou preocupações sobre a adequação das medidas de inclusão proporcionadas aos candidatos com deficiência no Enem. A falta de um caderno apropriado pode prejudicar significativamente o desempenho do candidato, que depende de informações visuais para interpretar e responder às questões. Para Alison, essa experiência se transformou em um obstáculo adicional que foi além do conteúdo da prova. Ele não apenas teve que lidar com os desafios que a cegueira traz, mas também com a ineficácia de um sistema que deveria garantir sua igualdade de oportunidades.

Investigação em curso

Após o relato de Alison, a Polícia Civil iniciou uma investigação para apurar as responsabilidades sobre a falha no fornecimento do material adequado. As instituições envolvidas, incluindo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram instadas a comentar sobre o ocorrido e a garantir que medidas preventivas sejam implementadas para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro. O caso de Alison serve como um alerta para que o sistema educacional revise e aprimore suas práticas de inclusão, assegurando acesso equitativo a todos os estudantes, independentemente de suas limitações.

A importância da inclusão no Enem

O Enem é uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil, e por isso, a acessibilidade e a inclusão são pontos cruciais a serem discutidos. A norma que rege a aplicação das provas precisa ser eficaz para atender a todas as necessidades dos alunos com deficiência, garantindo que eles tenham as mesmas condições de avaliação que seus colegas. A experiência de Alison demonstra que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para que a inclusão seja uma realidade plena.

Caminhos para a melhoria da acessibilidade

Para que situações como a de Alison não voltem a acontecer, é essencial que haja uma colaboração entre instituições educacionais, órgãos governamentais e especialistas em inclusão. A capacitação de profissionais que atuam na organização e aplicação das provas, bem como a revisão dos materiais disponíveis para candidatos com deficiência, são passos fundamentais para garantir que a acessibilidade não seja apenas uma promessa, mas uma prática real em todos os níveis educacionais.

O caso de Alison é uma oportunidade de reflexão e ação para aprimorar a inclusão e a acessibilidade nas avaliações educacionais. Somente através de atitudes concretas e mudanças estruturais será possível garantir que todos os alunos tenham a chance de mostrar seu verdadeiro potencial, independentemente de suas limitações.

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