O clima no Manchester United está tenso, especialmente após declarações do técnico Ruben Amorim. O treinador se mostrou preocupado com as postagens provocativas de duas estrelas das categorias de base do clube, que revelam uma “sensação de privilégio” que ele considera prejudicial. Os jovens jogadores, Harry Amass e Chido Obi, publicaram conteúdos em suas redes sociais que foram interpretados como descortês, especialmente em um momento em que sua performance no campo deixa a desejar.
Consequências das redes sociais
Na semana passada, Ruben Amorim comentou que Harry Amass está enfrentando dificuldades em sua passagem pelo Sheffield Wednesday, que ocupa a última posição da Championship, a segunda divisão inglesa. Por sua vez, Chido Obi também não tem se destacado como titular na equipe sub-21 do Manchester United, o que leva à pergunta: por que os dois se sentem à vontade para compartilhar mensagens nas redes sociais em meio a esses desafios?
As postagens foram rapidamente deletadas, mas não antes de chamar a atenção do público e da imprensa. Amass, por exemplo, postou uma foto segurando um prêmio de “jogador do mês” do Sheffield, enquanto Obi compartilhou um momento de celebração após uma vitória da sua equipe sub-21. Ambos os posts foram considerados como uma resposta ao estado atual do clube e à crítica feita pelo treinador.
Um clamor por mudança
Amorim não hesitou em expressar suas opiniões sobre o que ele considera um comportamento inadequado. Ele afirmou que essa atitude pode refletir uma cultura de privilégio dentro do clube. “Às vezes, palavras fortes não são palavras ruins. Momentos difíceis não são coisas ruins para as crianças”, comentou o técnico em uma coletiva de imprensa, sugerindo que os jogadores precisam entender a importância de sua posição no clube e o significado de jogar pelo Manchester United.
Amorim ressaltou que é crucial mudar a cultura do clube, que hoje ocupa a sexta posição na Premier League, especialmente antes do confronto contra o Aston Villa, que se encontra em boa fase. “Os jogadores às vezes se esquecem do que significa jogar pelo Manchester United. Nós, como clube, às vezes nos esquecemos de quem somos”, disse o treinador, enfatizando que é necessário resgatar a tradição e o comprometimento que sempre foram marcas registradas do United.
Um diálogo aberto
O técnico também destacou a importância do diálogo entre os jogadores e a comissão técnica. Ele afirmou que sua porta está sempre aberta para discussões e que os jogadores devem se sentir à vontade para abordar questões que os afetam. “Ninguém vem falar comigo. É assim que podemos resolver as coisas”, lamentou Amorim. Ele acredita que a falta de comunicação poderá levar a um ambiente tóxico, que só agrava a situação atual.
- Harry Amass: Passagem difícil pelo Sheffield Wednesday.
- Chido Obi: Impressionante no sub-21, mas falta de titularidade.
- Mudança de cultura: Amorim pede por mais comprometimento e responsabilidade.
A carreira de Kobbie Mainoo em foco
Outro ponto de discussão foi a camiseta que o meio-irmão de Kobbie Mainoo usou, com a mensagem “Libertem Kobbie Mainoo”. O jogador de 20 anos ainda não teve sua primeira chance como titular na Premier League nesta temporada, gerando críticas e especulações. Amorim defendeu a decisão de não escalar Mainoo, avaliando que “ele não vai começar jogando por causa da camiseta, mas também não vai para o banco por causa dela”. O treinador se mostra firme no critério de seleção e garante que escolhas são feitas com o desempenho em mente.
Com o meia Casemiro suspenso para o próximo jogo, há uma possibilidade de que Mainoo finalmente ganhe a tão esperada chance, enquanto outros jogadores estão fora devido a lesões ou convocação para seleções nacionais.
A situação dos jovens talentos do Manchester United é um reflexo de um clube em busca de reencontrar sua essência e responsabilidade. Com as palavras de Amorim ressoando entre os jogadores, espera-se que uma nova era de comprometimento venha a florescer, não apenas nas redes sociais, mas também dentro de campo.
